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ARTIGO: 5 MIL, 10 MIL, 20 MIL, 30 MIL, 40 MIL, 50 MIL MORTOS. ATÉ ONDE VAI O DESPREZO DO PRESIDENTE PELA VIDA DOS BRASILEIROS?

Foto: Reprodução – Instagram @jairmessiasbolsonaro

André Frigo
Notícias Gerais

Nos dicionários de língua portuguesa, você vai encontrar que empatia é um substantivo feminino, que trata da aptidão que os seres humanos têm para se identificar com o outro, se colocar no lugar dele, compreender seus sentimentos, suas alegrias, dores, etc. Respeitar e aceitar o modo de ser de outra pessoa.

Nos mesmos dicionários, está registrado que solidariedade – outro substantivo feminino – e capacidade de se solidarizar, de expressar compaixão, condolência, mutualidade, sintonia, reciprocidade, cooperação, companheirismo, etc.

As duas palavras fazem parte do dicionário e da vida da maioria das pessoas nesse país. Digo da maioria, porque algumas as ignoram solenemente e outras deixam claro que esses conceitos não fazem parte do seu mundo. Entre elas temos o atual ocupante da cadeira de presidente da república do Brasil, o senhor Jair Bolsonaro.

Não que isso seja novidade, porém, Bolsonaro – desde o surgimento da pandemia do novo coronavírus – tem feito questão de mostrar sua ignorância quanto ao significado delas com unhas, dentes, truculência e deboche.

“É apenas uma gripezinha” foi sua primeira definição para a pandemia que tinha se instalado no país. Diante do prenúncio de milhares de internações e mortes, preferiu desmerecer o vírus que vinha aterrorizando do mundo. Além disso, deixava claro sua visão de que a quarentena era desnecessária. A partir daí foi um festival de grosserias e de demonstrações de sua completa falta de sensibilidade para com as famílias brasileiras.

Com cinco mil mortes devido a Covid-19, Bolsonaro posou para fotos em um stand de tiros e quando questionado sobre o número reagiu com sua falta com a arrogância que seria sua marca registrada dali para frente. “E daí? Quer que eu faça o quê?” seria sua resposta. E ele realmente não saberia o que fazer ou se empenharia para atacar de frente os males que o novo coronavírus iria provocar na saúde e no bolso dos brasileiros.

Quando o Brasil chegou 10 mil mortes devido a Covid-19, Bolsonaro passou a semana anunciando um churrasco que várias pessoas iriam participar. No sábado 8 de maio, ele desmentiu ironicamente que o tal churrasco aconteceria. E no domingo para celebrar passeou de jet ski no Lago Paranoá com um segurança na garupa. Parou, saldou simpatizantes e seguiu despreocupado seu passeio. Nenhuma palavra de condolência.

Na ocasião das 20 mil mortes, Bolsonaro até esboça uma ligeira empatia ao dizer que “tem de se cuidar”. Entretanto foi apenas um arroubo passageiro, para logo em seguida emendar com: “e toca o barco. É a vida. É a realidade. Morre muito mais gente de pavor do que do ato em si. Então o pavor também mata, leva ao estresse, ao cansaço, a pessoa não dorme direito, fica sempre preocupada, (pensando) ‘se esse vírus pegar vou morrer”, sentenciou o presidente como se falasse apenas da reação do público em uma seção de um filme de terror.

Já no momento em que o país alcançou o patamar de 30 mil mortos devido a Covid-19, Jair, novamente, faz uma tentativa canhestra de mostrar solidariedade quando responde a uma apoiadora que o questionava sobre o número de mortos no país. No entanto, após dizer que “lamenta todos os mortos”, ele completa com um “mas é o destino de todo mundo”. Essa foi sua forma de lavar as mãos diante da grave crise humanitária que tomou conta do país inteiro.

A marca de quando 40 mil pessoas morreram por causa do coronavírus chega em um momento que o presidente mantém um militar como ministro interino no Ministério da Saúde, após a saída do seu antecessor. Para reforçar a falta de compromisso com o combate, o governo resolve omitir dados sobre o número de infectados e o de óbitos pelo novo coronavírus. Para contrapor a mais essa atitude inexplicável, foi criado um consórcio pelos meios de comunicação para coletar dados junto às secretarias estaduais de saúde e fazer a divulgação.  

E chegamos aos 50 mil mortos devido a Covid-19. Silêncio… Um profundo e desrespeitoso silêncio foi a forma encontrada por Jair Bolsonaro para ignorar os mais de 50 mil brasileiros que morreram vítimas… “da gripezinha”.

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