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ANÁLISE: COVID-19 PEGA JAIR BOLSONARO

Foto: Marcello Casal Jr / Agência Brasil

Celso Bejarano
Especial de Brasilia

Ainda em março deste ano, o presidente Jair Bolsonaro disse – num ressaltado tom de voz – que a pandemia do coronavírus era apenas uma “gripezinha”, doença que havia matado, à época, uns 45 brasileiros e infectado outras duas mil.

Nesta terça (7), o mandatário admitiu que fora contaminado pela maldita peste que, ao menos até o último balanço, divulgado ontem à noite, revelara essa desmedida estatística: 1,6 milhão de brasileiros já ficaram adoecidos pela Covid-19 e 65.292 tinham morrido por causa do tal “resfriado” referido pelo presidente. Somente em Minas Gerais, quase 60 mil pessoas já contraíram o coronavírus e o estado já registrou 1.230 óbitos provocados pelo novo coronavírus.

Infectado, Bolsonaro terá de cumprir a chamada quarentena, ou seja, ficar isolado no Palácio das Alvoradas, onde mora com a família. Parentes dele, como mulher e filhas, também serão submetidos aos exames que identificam o vírus.

Até o meio da tarde desta terça (7), a assessoria do governo anunciou – por nota – que
“o resultado do teste de Covid-19 feito pelo presidente Jair Bolsonaro na noite dessa segunda-feira, 6, e disponibilizado na manhã de hoje, 7, apresentou diagnóstico positivo. O presidente mantém bom estado de saúde e está, nesse momento, no Palácio da Alvorada”.

A teimosia do presidente, a de desprezar a pandemia, já poderia ter infectado bem mais pessoas, caso tivesse contraído antes a doença. É que, mesmo com a sequência de mortes, Bolsonaro contrariava as orientações de seu próprio governo e ia a reuniões e manifestações em Brasília sem o uso de máscara.

Hoje, assim que soube do contágio, Bolsonaro disse que desde domingo, quando sentiu sintomas da doença – como dor no corpo e febre alta – deu outro questionável recado à nação. Avisou que tinha tomado hidroxicloroquina antes do exame, remédio descartado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) que ainda não enxergou eficácia no medicamento.

Desde o início da pandemia, em março passado, Bolsonaro tem agido como se fosse garoto-propaganda do remédio. Inclusive seu governo já investiu bilhões de reais na fabricação. Entendidos no assunto veem até um risco ao paciente que recorrer ao uso da hidroxicloroquina.

Vale destacar que o vírus propaga até mesmo pelo ar, mas o presidente nem sequer máscara gosta de usar.

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