Maura de Nazareth *
Completo hoje dois meses dentro de casa. Nesse período sai apenas duas vezes, uma para tomar vacina contra a Influenza e outra para buscar remédio para minha cachorrinha que fez arte comendo um chocolate e passou mal numa noite de domingo.
Foi só. Mas fiz uma concessão, faz 15 dias que comecei a passear com ela na área comum do condomínio que moro que é bem grande, mas com ela no colo, apoiada por uma dessas bolsas canguru para transportar cachorrinhos. Ela fica muito bonitinha assim!
Já disse do perigo desses bichinhos ao terem contato com algum objeto ou mesmo superfície contaminada trazer o vírus na saliva ou na secreção nasal para dentro de casa… o pelo e as patas dá pra lavar, mas a saliva não, então…
Bom lembrar que tigres de um zoológico em São Paulo desenvolveram a doença e também dois gatos em Nova York. Certamente há outros casos, mas com essa falta de testes pra humanos não iremos saber se nossos pets desenvolveram a doença, pelo menos por enquanto e, a cautela não se restringe a isso, pois embora em tese não desenvolvam a doença, esse vírus pode habitar por tempo ignorado as secreções dos animais e acabarmos tendo contato com esse minúsculo monstro invisível, sem perceber.
Bom lembrar que tigres de um zoológico em São Paulo desenvolveram a doença e também dois gatos em Nova York. Certamente há outros casos, mas com essa falta de testes pra humanos não iremos saber se nossos pets desenvolveram a doença, pelo menos por enquanto…
Não está sendo nada fácil, morro de dó de não poder deixar Hanninha correr e ela, tadinha, já está se acostumando com esse tipo de passeio e no momento em que coloco a máscara, ela já percebe e faz festa porque sabe que vai passear… pelo menos respira outros ares e sente outros cheiros. E eu também. Faço questão ainda de fazer esse passeio bem na hora do almoço, pois é o melhor sol para vitamina D e não há praticamente ninguém no enorme condomínio. Menos risco.
E esse passeio passou a fazer parte da minha rotina juntamente com os afazeres de casa, do trabalho, as brincadeiras com a Hanna dentro de casa, as reuniões virtuais com amigos e familiares, não sobrando muito tempo para descanso ou para aqueles livros me aguardando na gaveta do criado mudo, mas fazendo com que os dias passem muito rápido.
Nunca pensei que conseguiria…
Mas ainda continuo com aquele lema; um dia de cada vez tentando ao máximo evitar em pensar como será o depois e se haverá depois.
Definitivamente não sei e ficar especulando isso torna mais difícil esse momento do necessário recolhimento, mas duas coisas são certas: Isso vai passar e nada será mais como antes.
O antes foi, é passado. Nosso presente é a batalha diária contra a disseminação dessa praga chamada Covid-19 e é somente com isso que devemos nos preocupar por ora. Uma coisa de cada vez, uma batalha por vez.
Nos adaptando com o hoje, certamente nos adaptaremos com o que virá depois.
Mas nós que estamos em casa somos privilegiados, somos como o batalhão de retaguarda, não precisamos estar na linha de frente. O nosso sacrifício é apenas ficar em casa e, convenhamos, não é tanto sacrifício assim, mormente se comparado com o daqueles que estão cara a cara com o perigo mortal.
Mas nós que estamos em casa somos privilegiados, somos como o batalhão de retaguarda, não precisamos estar na linha de frente. O nosso sacrifício é apenas ficar em casa e, convenhamos, não é tanto sacrifício assim, mormente se comparado com o daqueles que estão cara a cara com o perigo mortal. Pensemos nisso quando der aquela vontade de quebrar o isolamento. Pensemos também que a cada dia que ficamos em casa, muitas vidas são salvas. Por favor, não tenhamos aquele pensamento equivocado que somente pode habitar a mente de um inconsequente, de que se 70% da população será infectada, então vamos pra rua. Não, mil vezes não! Se fizermos isso, uma parte muito maior desses 70% de brasileiros vão morrer e sem a possibilidade de lutar por sua vida, pois faltarão ainda muito mais leito do que já está faltando em algumas regiões do Brasil.
Muitas pessoas já se foram e essa é uma dor imensa, mas perder um ente querido ou qualquer pessoa que seja porque não teve a chance de lutar contra essa doença, a dor é imensamente maior.
Sejamos sensatos. Sejamos solidários. Sejamos inteligentes. Fiquemos em casa se podemos. Usemos máscaras sempre. Assim estaremos salvando as nossas vidas, as de quem amamos e também as de quem sequer conhecemos.
Sejamos sensatos. Sejamos solidários. Sejamos inteligentes. Fiquemos em casa se podemos. Usemos máscaras sempre. Assim estaremos salvando as nossas vidas, as de quem amamos e também as de quem sequer conhecemos.
- É juizforana e mora em Brasília (DF)