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ARTIGO: SER JOVEM É UMA QUESTÃO DE REFERÊNCIA

Foto: Reprodução / rawpixel.com

Maura de Nazareth *

Ser jovem é uma questão de referência. Posso ser jovem se comparado a uma pessoa bem mais velha que eu e, esta, por sua vez, ser jovem se comparado a outra tanto mais velha que ela e, assim por diante.

Na verdade somos todos jovens, só que uns há mais tempo que outros, já dizia meu sábio e saudoso irmão.

Mas o que isso quer dizer? O que podemos concluir disso?

A resposta está na música de Renato Russo; “…temos nosso próprio tempo…” E digo, enquanto houver tempo, nosso, somos jovens, porque ainda temos o tempo, seja em que altura dele estivermos.

Ser jovem independe da idade cronológica, sabemos que essa juventude está dentro de nós e na disposição para viver o nosso tempo, da maneira mais plena que pudermos e, sempre, como pudermos, dentro do contexto que o tempo atual nos apresenta para ser explorado, vivido.

O momento atual é daqueles mais difíceis que as gerações vivas nesse planeta já passou. Tempo de reflexão, de incertezas, de dúvidas, de contradições, de tristeza, angústia, mas principalmente de reflexão.

E esse momento envolve todos nós. Todos, sem exceção.

Todos os “jovens” desse mundo, que estão vivendo esse tempo que é de cada um de nós e de todos ao mesmo tempo. Único. Sem precedentes por envolver todo o planeta. Todo.

E isso o torna ainda mais especial, porque é nosso, mas também de todos nós!

Vivemos nosso tempo, hoje, juntos com todos os seres humanos viventes nesse planeta.

Talvez seja isso um lado bom desse caos que começou há tão pouco tempo, que acabou com o tempo para alguns, mas se mantém pra nós, que estamos aqui, jovens na luta, cada um a seu jeito, mas todos juntos, vivendo pela primeira vez um tempo nosso que é de todos.

Talvez esse seja o maior exercício de que precisamos para realmente perceber que somos seres coletivos, não sobrevivemos sozinhos, precisamos uns dos outros.  Precisamos perceber o outro. Precisamos realmente nos tirar do centro do universo e olhar para o próximo como gostaríamos que olhassem para nós mesmos.

É o universo de que fazemos parte nos colocando a situação de compartilhar aquilo que seria somente nosso com todo o planeta; o nosso tempo.

Talvez essa seja a maior reflexão. O maior aprendizado.

Que possamos não tornar esse tempo perdido.

* É juizforana e mora em Brasília (DF).

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