Redação
Notícias Gerais
Barbacena ganhou destaque nacional, na última quarta (20), quando o empresário Leonardo Rivelli agrediu o repórter cinematográfico Robson Panzera, da TV Integração, afiliada da Rede Globo.
A agressão, divulgada em primeira mão pelo Notícias Gerais, gerou manifestações de repúdio de veículos de empresa, entidades de classe e autoridades públicas de todo o país.
Panzera estava fazendo imagens da Escola Preparatória de Cadetes do Ar (Epcar), quando o empresário desceu do seu carro e, aos gritos de “Globo, lixo!”, atacou o repórter e danificou a câmera que ele utiliza.
A repórter Thaís Fullin, que aguardava o colega no carro da TV Integração, registrou o momento em vídeo. O empresário foi preso em flagrante e liberado após pagar fiança de R$ 1 mil. Agora, ele responderá em liberdade a processo por dano material e lesão corporal.
Nada justifica a violência
Em nota conjunta, 23 veículos de comunicação das regiões do Campo das Vertentes e da Zona da Mata repudiaram o ocorrido. A TV Integração também emitiu nota. A assessoria de comunicação da UFSJ também, assim como inúmeras entidades de classe e instituições.
Nas redes sociais dos barbacenenses, uma minoria manifestou apoio à atitude do empresário e reverberou seus discursos de ódio. Entretanto, a maior parte dos internautas se solidarizou com os jornalistas e classificou a agressão do empresário contra trabalhadores como inadmissível.
Comportamento recorrente
O episódio desta quarta foi o mais grave, mas não o primeiro. A equipe formada por Thaís e Robson já vinha sendo alvo de ataques verbais recorrentes em Barbacena.
Vários deles circulam pelas redes sociais desde o início do isolamento social, sem que as autoridades públicas tomassem quaisquer providências.
O número de agressões contra profissionais da imprensa subiu 50,07% de 2018 para 2019, sendo a região sudeste a que tem mais casos registrados, conforme pesquisa da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj).
O número de agressões contra profissionais da imprensa subiu 50,07% de 2018 para 2019, sendo a região sudeste a que tem mais casos registrados, conforme pesquisa da Fenaj
No dia 27 de marco, a reportagem do Notícias Gerais foi ameaçada por comerciantes que abriram seus negócios de forma irregular, descumprindo o isolamento social.
Na mesma semana, o NG promoveu uma live para discutir os desafios do trabalho da imprensa em tempos de pandemia, com a gerente de Jornalismo da TV Integração, Fernanda Lílian, a coordenadora do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do DF, Juliana Cezar Nunes, e a diretora-executiva do Notícias Gerais, Najla Passos. O tema das agressões aos jornalistas foi recorrente.
No dia 15 deste mês, muros do Maleta, tradicional reduto de jornalistas na capital Belo Horizonte, apareceram pichados com ameaças de morte a jornalistas, conforme informou o NG.
Quem são os negacionistas
Os agressores têm em comum o fato de pertencerem ao mesmo espectro político, a extrema-direita, e defenderem as ideias propagadas pelo mesmo líder, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que promove ele próprio ataques recorrentes e injustificáveis ao trabalho da imprensa.
Além da tendência autoritária, esses personagens que protagonizam o ataque à imprensa comungam também uma outra característica: a e acreditarem apenas naquilo que querem, sem se preocupar se é verdade ou não.
Na literatura acadêmica contemporânea, estas pessoas são chamadas de “negacionistas”, aqueles cidadãos que não acreditam em fatos concretos, ainda que devidamente comprovados pela ciência e pelas evidências empíricas.
Para eles, informações de qualidade são apenas aquelas que reforçam suas convicções pessoais, ainda que desprovidas de nenhum sentido. Defendem posicionamentos absurdos como o de que “a terra é plana”, de que o “aquecimento global não existe” ou o de que o novo coronavírus é apenas uma “gripezinha”.
Confira alguns exemplos:
Se a Globo fosse a favor do Brasil ela seria respeitada. Atualmente está usando o ataque como forma de defesa para não perder os seus direitos em 2022. Os governos anteriores a favoreceram. Depois de inúmeras auditorias veruficou-se que ela também usa dinheiro público. O povo acordou. Ou ela muda de atitude ou será extinta. O povo sempre tem razão
Caro Ramos de Souza, não entendi, você concorda com agressões a jornalistas ou a quaisquer trabalhadores?