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BARBACENA 229 ANOS: PERSONALIDADES CONTAM O QUE MAIS AMAM NA CIDADE DAS ROSAS

Kamila Amaral e Najla Passos
Notícias Gerais

O grande Carlos Drummond de Andrade dizia que só os mineiros sabem – e não dizem nem a si mesmos – o irrevelável segredo chamado Minas. E não é diferente o que ocorre com a iluminada e misteriosa Barbacena, a cidade das rosas, que nesta sexta (14) completa 229 anos de vida, história e contrastes.

Todo barbacenense sabe muito bem – ainda que não consiga explicar – porque ama tanto esta cidade montanhosa, onde de nada vale a máxima matemática de que a reta é a menor distância entre dois pontos.  

Onde o passado, ainda que muito bem sepultado sobre construções modernas e versões reescritas dos fatos, teima em se fazer presente. Onde uma cena cultural pulsante sobrevive ao tradicionalismo dos costumes. E onde a vida se sobrepõe sempre – mesmo nos dias mais frios.

Para entender o mistério chamado Barbacena, o Notícias Gerais foi ouvir personalidades da cidade sobre o que elas mais amam na cidade. O resultado é amplo, plural e multifacetado, como a própria Barbacena. Confira!

Pintura de Henry Chamberlain, 1820. Acervo: Itaú Cultural (SP)

A ‘porção invisível’ e a história

“O que mais gosto de Barbacena é sua porção invisível. A cidade que repousa abaixo dos alicerces dos prédios modernos, das calçadas de pedra capistrana cobertas pelo asfalto. E aqueles fragmentos de passado que vivem ‘incrustrados’ nas ditas coisas modernas. Gosto de pensar como o nosso ‘hoje’ custou ‘muitos ontens’. Gosto dos fantasmas que passeiam silenciosamente pelas ruas de Barbacena…”, afirma Edson Brandão, pesquisador de história regional, membro efetivo da Academia Barbacenense de Letras e membro correspondente do Instituto Histórico e Geográfico de São João Del-Rei.

Foto: Arquivo pessoal

“Gosto dos fantasmas que passeiam silenciosamente pelas ruas de Barbacena…”

Edson Brandão

O componente histórico que pulsa nas ruas de Barbacena também é a razão da paixão do empresário Elton Belo Reis pela sua cidade natal. “Amo Barbacena, em todo o seu conjunto, seu cenário, sua história e valor histórico, sua luminosidade. A cidade é uma ótima mãe e foi aqui que nasci e construí minha empresa…..”, afirma ele.

“Amo Barbacena, em todo o seu conjunto, seu cenário, sua história e valor histÓrico, sua luminosidade. A cidade é uma ótima mãe e foi aqui que nasci e construí minha empresa…..”

Elton Belo Reis

Tradição e caráter acolhedor

A atual Rainha das Rosas de Barbacena destaca, principalmente, as tradições e o caráter acolhedor da cidade como motivos para amar Barbacena. “Eu nasci e fui criada aqui. Barbacena é uma cidade encantadora. Não tão grande, mas extremamente acolhedora. Tem um clima frio que atrai muitas pessoas e tem festas tradicionais também. Me enche os olhos ter nascido aqui, apreciar tantas tradições e agora, como Rainha das Rosas, poder fazer parte disso”, declara a estudante de Engenharia Civil, de 19 anos, Marianna Dias Presoti Vicentini. 

Marianna acredita que até o próximo aniversário Barbacena já terá passado pela pandemia da Covid-19 e será um lugar ainda melhor. “Gerando bons frutos para quem já mora aqui e também sendo mais receptiva para quem quiser chegar”, afirma a Rainha das Rosas. 

Foto: Divulgação

“Me enche os olhos ter nascido aqui, apreciar tantas tradições e agora, como Rainha das Rosas, poder fazer parte disso”

Marianna Dias Presoti Vicentini

Laços de cooperação

O que o comandante da Escola Preparatória de Cadetes do Ar (Epcar), brigadeiro do Ar Paulo Ricardo da Silva Mendes, mais ama em Barbacena é justamente a forma acolhedora e espontânea com que a cidade se relaciona com a instituição nestas mais de sete décadas de história. “Os laços de cooperação entre a Escola e a comunidade de Barbacena que sempre aconteceram de maneira natural nos 71 anos de existência da Epcar”, afirma.

Foto: Epcar / Divulgação

“Os laços de cooperação entre a Escola e a comunidade de Barbacena que sempre aconteceram de maneira natural nos 71 anos de existência da Epcar”

Comandante da Epcar, brigadeiro do Ar Paulo Ricardo da Silva Mendes

A luta pelo ‘por vir’

Para a vereadora e pré-candidata a reeleição em Barbacena, Vânia Castro, o aniversário da cidade é uma oportunidade de reafirmar seu compromisso “de continuar trabalhando em benefício da coletividade e do desenvolvimento de nossa cidade, defendendo e lutando pelos interesses da população”.

“Barbacena comemora 229 anos e eu gostaria de deixar uma reflexão a todos os barbacenenses que, como eu, amam essa terra! Dizer que sonhamos com uma cidade evoluída, mais justa e com políticas mais igualitárias. Que nossos representantes tenham a percepção de trabalhar pelo bem comum e, assim, contribuir de forma efetiva para a evolução da cidade”, diz Castro.

Vânia Castro. Foto: Divulgação.

“Que nossos representantes tenham a percepção de trabalhar pelo bem comum e, assim, contribuir de forma efetiva para a evolução da cidade”

Vânia Castro, vereadora

Potencial artístico e cultural

“Uma das coisas que eu mais amo na nossa cidade é o seu povo. Um povo gentil, um povo hospitaleiro, um povo que é solidário, que levanta a causa e a bandeira da arte, que comparece aos eventos, que apoia a classe artística. Não tenho nada a reclamar do público Barbacenense, só elogios e aplausos”, diz cláudia Valle, atriz, cantora e gestora da plataforma Rotunda, que é o espaço cultural da Companhia Elas por Elas.

Para Valle, Barbacena é uma cidade com grande potencial artístico e cultural, justamente por ter uma população com muito talento e determinação. 

Imagem: Divulgação.

“Uma das coisas que eu mais amo na nossa cidade é o seu povo. Um povo gentil, um povo hospitaleiro, um povo que é solidário, que levanta a causa e a bandeira da arte, que comparece aos eventos, que apoia a classe artística”

Claudia Valle, atriz, cantora e gestora da plataforma Rotunda

Tranquilidade de andar por aí

O músico e produtor cultural ama a tranquilidade das ruas. “O que eu mais gosto na cidade é a tranquilidade e possibilidade de se deslocar caminhando por aí. A gente quando vai para os grandes centros é que percebe o quanto isso é valioso!”, afirma.

Mas ele também destaca características negativas, que acredita que a cidade precisa superar. “O que menos gosto é da aura conservadora que paira na cidade e faz com que ela tenha muita dificuldade em avançar. Tem uma resistência enorme em evoluir porque é uma cidade que se acomodou ao lugar que deixaram pra ela. E nós poderíamos ser muito mais”, ressalta.

Para os 230 anos de Barbacena, desejas abraços, beijos, carinhos e aglomerações. “Eu espero que tenhamos muito mais a comemorar no próximo ano. Essas datas cheias aguçam a nossa vontade de celebrar com mais intensidade, né? Tomara que já tenhamos superado essa situação de pandemia pra fazer uma grande festa com direito a toda aglomeração, abraço, beijo e festejo que a gente gosta e merece!”, desaja.

“O que eu mais gosto na cidade é a tranquilidade e possibilidade de se deslocar caminhando por aí. A gente quando vai para os grandes centros é que percebe o quanto isso é valioso!”

Hilreli, músico e produtor cultural

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