André Frigo
Notícias Gerais
Luiz Henrique Mandetta não é mais o ministro da saúde. Em nota publicada no Twitter, às 16h17, Mandetta confirmou o que já era esperado desde sua entrevista para o Fantástico no último domingo (12), quando deixou claro os pontos de divergência entre ele e o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Na postagem o ex-ministro agradeceu a oportunidade de “ser gerente do nosso SUS, de pôr de pé o projeto de melhoria da saúde dos brasileiros e de planejar o enfrentamento da pandemia do coronavírus, o grande desafio que o nosso sistema de saúde está por enfrentar”.
Os atritos com o presidente Bolsonaro vinham ficando cada vez mais evidentes e surgiram a partir do momento em que Mandetta ganhou muita visibilidade no cargo, tornando-se o ministro mais popular da atual administração. Além disso, pesava contra Luiz Henrique a divergência com Bolsonaro sobre a melhor forma de conduzir o combate ao Covid-19.
Enquanto Mandetta defendia o isolamento social recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), o presidente apostava no relaxamento da quarentena para salvar a economia. Outro ponto de atrito era o uso do medicamento cloroquina, do qual o presidente era um entusiasta enquanto o ministro se mantinha cauteloso, aguardando mais estudos científicos sobre a eficácia da droga no tratamento da Covid-19.
Mandetta ainda agradeceu a toda a equipe que esteve com ele no Ministério da Saúde e desejou êxito ao seu sucessor, que será o médico oncologista Nelson Teich. Com essa escolha Jair Bolsonaro espera atenuar o desgaste da demissão do ministro da Saúde em plena pandemia do novo coronavírus e, ao mesmo tempo, colocar no comando do combate da pasta uma pessoa mais alinhada com seu pensamento.