Carol Rodrigues
Notícias Gerais
Em Barbacena, medidas de proteção estão sendo adotadas nos cemitérios municipais para o enfrentamento da Covid-19. Além do uso de equipamentos de proteção individual (EPI) pelos funcionários e da liberação de sepulturas, a logística para enterros e velórios também foi modificada.
Com o aumento da procura, o acesso aos equipamentos acabou sendo dificultado. Nos cemitérios não foi diferente: “algumas funerárias patrocinaram máscaras, luvas e toucas para a gente”, conta José Roberto Rodrigues, chefe dos Serviços dos Cemitérios Municipais da cidade. De acordo com ele, a Prefeitura também já entrou com pedido de compra de EPIs para os funcionários, mas os equipamentos ainda não chegaram.
Além disso, outra medida adotada é o trabalho em turnos. Uma pessoa fica responsável por abrir o cemitério e chamar a equipe que estiver de plantão, que vai para o local, preparada com os equipamentos de proteção e inicia os procedimentos. Também foi realizada, pelo Centro de Referência em Saúde do Trabalhador, uma reunião com os funcionários nessa quinta (9), para dar dicas de limpeza, higiene e proteção no momento de pandemia.
Cemitérios estão sendo preparados
Pensando-se na possibilidade de que haja um grande número de mortes na cidade, os cemitérios municipais de Barbacena já estão sendo preparados para atender a demanda, caso ocorra.
A Prefeitura é responsável por gerenciar três cemitérios: o da Nossa Senhora da Boa Morte, o da Matriz de Santo Antônio e o Cemitério da Paz, que recebia os mortos do Hospital Colônia e está desativado.
O Cemitério da Nossa Senhora da Boa Morte está cheio e conta só com sepulturas perpétuas, que pertencem a alguém. No de Santo Antônio, porém, grande parte dos jazigos são alugados e, após três anos, podem ser limpos e reutilizados. “Nós temos 100 gavetas disponíveis para aquelas pessoas que não têm sepultura perpétua”, explica José Roberto.
O plano é usar essas sepulturas disponíveis para atender aos casos de Covid-19 na cidade, caso tenha demanda. Se o número de mortes for maior, existe a possibilidade de construir outras.
Mudanças em velórios e enterros
As cerimônias de velórios e enterros também precisaram ser modificadas para evitar a disseminação da Covid-19. O tempo máximo para velórios agora é de duas horas, com limite de cinco pessoas por ambiente e, no caso de enterros, é permitido que no máximo 10 pessoas acompanhem.
Se o caso for suspeito da doença, o caixão é lacrado e esterilizado pelas funerárias. O velório é proibido. “Nós tivemos um enterro (suspeito de Covid-19) só aqui em Barbacena, no cemitério Nossa Senhora da Boa Morte, em que o caixão foi lacrado para o sepultamento, considerado suspeito pelo hospital. Foi só o filho da pessoa que morreu que acompanhou, junto com os coveiros que fizeram sepultamento”, lembra José Roberto.
As funerárias também estão seguindo uma série de normas para evitar a contaminação pela doença. De acordo com Luís Paulo de Souza, funcionário de uma funerária, os procedimentos padrões já incluíam o uso de EPIs e a preocupação com higiene, visto que o risco de contaminação se estende para várias outras doenças, não apenas a Covid-19. “O que estamos fazendo mais é lavar mais as mãos e higienizar com mais frequência os ambientes”, revela.
Com essas medidas, a intenção é evitar aglomerações e também impedir novas infecções por Covid-19.