Carol Rodrigues
Notícias Gerais
Uma família de Barbacena conseguiu encontrar uma forma de incrementar sua renda e ainda ajudar a conter a pandemia de coronavírus. “Ontem ficamos de 7h da noite às 5h da manhã e conseguimos fazer 31 máscaras”, conta Juliana Aparecida da Silva que, junto com a mãe e a irmã, tem produzido máscaras de tecido para suprir a demanda da cidade.
A falta do produto nas lojas de Barbacena fez com que ela procurasse outra alternativa para contornar o problema, já que uma de suas maiores preocupações era o contato direto com os clientes no trabalho. Hoje, a família já produziu mais de 100 máscaras de tecido.
Com o avanço da Covid-19 no Brasil, achar produtos como álcool em gel, luvas e máscaras tem se tornado um problema. As prateleiras das lojas estão vazias e, muitas vezes, os comerciantes aplicam preços abusivos em cima das mercadorias que restaram.
Em Barbacena, já há alguns dias é difícil achar tais produtos, quando não impossível. O Procon da cidade emitiu uma nota aos estabelecimentos com recomendações sobre a venda dessas mercadorias, com o objetivo de evitar preços altos e estoque por parte da população.
Um novo aprendizado
Juliana, a mãe, Nilma Tavares, e a irmã, Fabiana Silva, não são costureiras, mas logo aprenderam o suficiente com a profissional Elisângela Martins, que também está produzindo as máscaras e já conseguiu fazer mais de 300. “Os clientes olham, gostam, ficam satisfeitos com o material, é a utilidade que elas (máscaras) têm”, conta Juliana.
Com o fechamento do comércio, porém, a família só conseguiu comprar mais poucos metros de tecido para continuar o negócio. “A gente faz com estampas variadas e tudo, mas não pela beleza da máscara e sim pela necessidade. Estamos fazendo com os tecidos que a gente têm disponíveis”, explica. A costureira Elisângela também decidiu reverter todo o tecido que tinha disponível em material para fabricar as máscaras.
Fique atento à higienização
Na falta do produto descartável, o de tecido tem se tornado a melhor opção. Porém, é necessário estar atento à higienização, que deve ser feita com cuidado. Juliana explica a melhor forma de manter as máscaras limpas e prontas para uso: “tem que lavar com água e sabão, passar umas três vezes. Depois, passar Lysoform (desinfetante que combate microorganismos que causa doenças) e colocar para secar. Depois de seco, passar a ferro quente e, antes de usar, borrifar com álcool e esperar secar”.
Juliana também trabalha com eventos e, agora com todos cancelados, ficou com medo de não conseguir pagar a contas. Ela e a irmã, Fabiana, cursam administração e viram na fabricação das máscaras uma possibilidade de ajudar a complementar a renda da família. “A gente conseguiu conquistar o dinheiro da faculdade e da internet para continuar estudando”, comemora.
Recomendações da OMS
O uso de máscaras só é recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) caso a pessoa apresente os sintomas da COVID-19 – como tosse, febre e falta de ar – e também para profissionais de saúde.
Mas você sabe porque? A explicação é simples: a transmissão do coronavírus se dá basicamente por gotículas de saliva contaminada que são levadas, normalmente pelas mãos, a partes do corpo como boca, nariz e olhos. A propagação pelo ar é muito baixa.
Assim, usar máscara não garante que você evite a doença porque porque, caso você vá ajustá-la ou coçar os olhos, o vírus ainda pode te contaminar. Porém, o equipamento evita, sim, que pessoas com a COVID-19 infectem outras. Isso porque, com nariz e boca tampados, é difícil que os fluidos contaminados entrem em contato com outras pessoas.
Sendo assim, as melhores formas de prevenção continuam sendo a boa higiene e o isolamento. Lavar as mão com sabão por vinte segundos, utilização do álcool em gel e evitar sair de casa são as formas mais eficazes de continuar saudável.
