Najla Passos
Notícias Gerais
Sem leitos clínicos para o atendimento dos pacientes com Covid-19 e com taxa de ocupação de 83,3% dos leitos de UTI destinados ao atendimento dos casos agravados da doença, São João del-Rei volta a registrar tendência de aceleração da média móvel de novos casos de coronavírus, com 32% de aumento nos casos, de acordo com o boletim do Núcleo de Ensino, Pesquisa e Extensão em Economia (NEPE) da UFSJ, emitido nesta quinta (28).
A situação é grave. E soma-se isso a inércia da Prefeitura. É a combinação perfeita para o caos na saúde do município, caso nenhuma atitude seja tomada imediatamente. Como cidade polo da microrregião, São João del-Rei é responsável pela saúde da população de 18 municípios do seu entorno. E pelo menos em seis deles a tendência também é de aceleração do contágio.
Um paciente de Nazareno que precisou de atendimento médico, mas não apresentava nada muito grave, acabou tendo que ser internado na UTI por falta de leitos clínicos, ao custo médio de R$ 1,6 mil por dia, que é o valor pago pelo Governo de Minas para a diária de internação por Covid-19 nos centros de terapia intensivo. O problema maior não é o financeiro: com a UTI lotada de casos leves, não há onde se tratar dos pacientes realmente graves.
O quadro é tão preocupante que todos os envolvidos começam a demarcar posições contrárias à inércia da Prefeitura. Na noite desta quarta, a Santa Casa de Misericórdia de São João del-Rei e o Hospital de Nossa Senhora das Mercês emitiram uma nota informando que, desde o início da pandemia, em março, a administração municipal vem sendo informada das dificuldades da casa em atender o crescente número e pacientes com Covid-19, sem tomar as providências necessárias. Dentre os problemas, destacam a dificuldade de contratar profissionais de saúde.
Com o apoio do Sindicato do Comércio de São João del-Rei, comerciantes independentes promovem uma manifestação, nesta sexta (29), a partir das 14 horas, em favor da reabilitação dos leitos clínicos da cidade, cuja denúncia do descredenciamento foi feita pelo Notícias Gerais, no último dia 20. Segundo a organização, a expectativa é que eles se manifestem em frente á Prefeitura e também em frente ao Ministério Público de Minas Gerais (MP-MG), que foi quem obrigou o prefeito Nivaldo de Andrade (PFL) a retroceder para a Onde Vermelha do Programa Minas Consciente, quando ele, mesmo frente ao caos, queria bancar a ideia e manter quase todas as atividades econômicas funcionando na cidade.