

Mariana Bedeschi Nicastro *
É o mesmo mundo, a mesma gente, com os mesmos problemas, não? O futuro é uma incógnita. Talvez o planeta Terra e seus habitantes estejam enfrentando desafios que mudem para sempre a realidade que até então vivenciávamos. As medidas de distanciamento adotadas durante a pandemia do coronavírus exigem que o ser humano se reinvente em todos os âmbitos da vida.
O profissional e o estudante passam a exercer suas tarefas em casa, cada vez mais conectados com as tecnologias, alguns até mesmo tendo seus empregos substituídos pelas mesmas. Tecnologias essas que estão evoluindo em questão de meses ou semanas, para atender as necessidades das populações, principalmente no campo da medicina. Seria uma tendência a permanência das estruturas de trabalho e estudo por meio da internet?
Limitou-se o modo do ser humano agir e interagir em sociedade. E, além disso, o medo de arriscar-se diante o convívio com outras pessoas pode ser uma situação que perdure por muito tempo, mesmo após a repressão da doença. Cresceria assim a ansiedade e instabilidades emocionais do ser humano?
Afinal, somos seres sociais, como definiu Aristóteles e, mais tarde, muitos outros filósofos como por exemplo Hannah Arendt. Vale ressaltar também os protecionismos crescentes nesse período, e antipatia por estrangeiros. Seriam essas, questões duradouras? E se sim, como ficaria a globalização? Essa, fortemente abalada por tempos como os atuais.
Entretanto, ainda que os impactos nas relações humanas e nas uniões entre países do globo sejam gravemente negativos, a cooperação entre cientistas, políticos, pesquisadores ou estudantes é essencial, e ocorre principalmente pela ação da tecnologia. Parcerias são criadas para viabilizar tratamentos contra a Covid-19, assim como incentivos às tecnologias de outros países, doações e apoios voluntários têm aparecido sucessivamente.
Além disso, injustiças que ocorrem em um lado do mundo, ainda são capazes de mobilizar pessoas na outra extremidade do planeta. Esses símbolos da humanidade em momento de crise mundial fazem com que mantenhamos a esperança por dias melhores. Os problemas aumentaram, as pessoas mudaram e o mundo definitivamente não é o mesmo, talvez de forma definitiva. Cabe a nós, por enquanto, apenas imaginar qual será o “novo mundo” e quais mudanças rodeiam o futuro que nos aguarda.
* É estudante de Comunicação – Jornalismo da UFSJ e produziu este texto sob a orientação do professor Paulo Caetano, numa ação do projeto Observatório da Saúde Coletiva – UFSJ.