Kamila Amaral
Notícias Gerais
Na quinta (23), o Notícias Gerais publicou uma matéria em que funcionários da empresa Central Serviços, responsável pelo estacionamento rotativo da Zona Azul em São João del-Rei, denunciam ameaças recebidas e atraso no pagamento dos salários.
Após isso, outra funcionária da empresa – que prefere não se identificar por medo de retaliação – entrou em contato com a equipe do NG para fortalecer as denúncias.
Maria, nome fictício, informa que recebeu parte do salário referente ao mês de março na tarde de quinta (23/4). O pagamento deveria ter sido realizado no dia 10/4. No entanto, o pagamento não foi feito em sua totalidade.
Relembre o caso
Desde o dia 23/3, as atividades da Central Serviços estão suspensas. No dia 8/4, os funcionários da empresa assinaram um contrato de suspensão de trabalho por dois meses. Isso faz parte de uma medida adotada pelo Governo Federal para ajudar pequenas e médias empresas durante a pandemia. Nesses dois meses, o pagamento do salário dos funcionários será responsabilidade do governo.
No entanto, a Central Serviços estaria usando desse documento para não pagar a parte do salários dos funcionários que corresponde ao período entre os dias 23/3 a 8/4.
Funcionários sem respostas
A empresa não comunicou aos funcionários que o pagamento seria feito, com atraso, na quinta (23). Sem o salário completo e nem informações, a situação é preocupante para os trabalhadores.
Maria conta que chegou a ter medo de não ter comida em casa. “Meu marido está desempregado e eu não consigo auxílio do governo porque tenho carteira assinada com eles”, desabafa.
Antes de receber parte do salário, a funcionária correu o risco de ser despejada. “O dono da casa que eu moro disse que se eu não pagar, até o fim de semana, vai me pedir a casa”, disse.
Assim como outros funcionários da empresa, Maria alega ter sido ameaçada caso procurasse a Justiça do Trabalho. “Eles disseram que podem me mandar voltar ao trabalho a qualquer hora… disseram que fariam com que eu não conseguisse receber pelo governo para ter que voltar ao trabalho”, denuncia.
Em contato com o Ministério Público, a reportagem do NG foi orientada a procurar a Justiça do Trabalho. Até a edição e finalização desta matéria, não houve resposta.