Carol Rodrigues
Notícias Gerais
A fotógrafa Silvia Tovar José apresenta a exposição “Resistir ao vírus e la pobreza”, uma série traz registros da pandemia na Argentina. “A população do país chega a essa pandemia, punida pelos últimos anos de políticas neoliberais que destruíram o sistema de saúde, não responderam às demandas trabalhistas e ignoraram as diferentes violências de gênero”, diz a artista.
Silvia Tovar aponta que o país passa por dificuldades devido ao grande número de empregos informais e a uma crise estrutural do sistema de saúde. Na Argentina, a quarentena obrigatória começou dia 20 de março, mas os números de infectados aumentam a cada dia.
“Soma-se a isso o aumento significativo de feminicídios devido à falta de políticas de prevenção, contenção e subsequente prisão e condenação dos assassinos, principalmente porque as ideologias patriarcais atravessam todo o sistema judicial e político”, comenta.
Ela ressalta que “há um cartão postal de Buenos Aires com casas nos corredores superiores e comuns que servem como um pátio para as crianças brincarem. Bairros que, por insistência da mídia em ‘lavar as mãos regularmente’ ou limpar tudo com água sanitária, gritam: não temos água!”
“Em outros lugares, onde não há ruas e as pessoas moram longe uma da outra, andam de chinelo pela lama com um recipiente na mão, para procurar a comida do dia, porque lá e nas casas acima o alimento populares é feito, cada um dá o que tem, um pouco de macarrão, uma caixa de tomate, um pimentão ou uma xícara de óleo; e eles acendem a lenha, observando como o almoço está sendo feito, o ritual do meio-dia”, completa a fotógrafa.
Sobre a fotógrafa
Silvia Tovar José é argentina, vive em Buenos Aires e retrata manifestações sociais há 25 anos. É professora de Historia e foi docente na área de cultura e comunicação.
Trabalha na agência de notícias ANRED e estuda Jornalismo na UNLZ. Além disso, também é fotógrafa convidada do coletivo Pixel Ladies.
