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GRIFE MINEIRA DE LUXO É INVESTIGADA POR FRAUDE MILIONÁRIA

Foto: Reprodução / Redes sociais

Redação
Notícias Gerais

O grupo AMC Têxtil, dono da grife mineira de luxo Skazi, que vestiu Juliete na final do BBB 21, disse em nota que “recebeu com surpresa a força-tarefa” da Operação Ponto sem Nó e que “está colaborando com os órgãos competentes e se coloca à disposição da Justiça para o esclarecimento dos fatos”.

O comunicado oficial não acalmou o escândalo que abalou o mundo da moda na terça (22), quando a operação 18 mandados de busca e aprensão começaram a ser cumpridos em Belo Horizonte e Nova Lima, tendo como alvo empresários, diretores e funcionários de empresa. Além de crimes tributários, os investigados podem responder por organização criminosa, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica.

De acordo com as investigações criminais e fiscais do Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos (Cira), os suspeitos seriam responsáveis por executar um esquema estruturado e contínuo de sonegação de ICMS na comercialização de roupas e acessórios de luxo, causando prejuízo milionário aos cofres públicos.

A Skazi foi adquirida, em meados de 2019, Pelo grupo AMC, que administra outras marcas famosas nacionalmente, como Forum, Colci e Triton. A grife participa de importantes eventos de moda pelo país, com a contratação de celebridades e influenciadores digitais para divulgação na mídia e em redes sociais.

O macacão usado por Juliete na final do BBB 21, por exemplo, se esgotou em poucas horas. Ele estava disponível para compra no site da marca por R$ 3.119,90.

As fraudes consistiam na venda de mercadorias sem emissão de notas fiscais e também na inserção de valores abaixo dos preços pagos pelos clientes (subfaturamento).

Além disso, evidências apontam que o grupo econômico, propositadamente, organizou-se de modo fragmentado em pequenas empresas – algumas em nome de “laranjas” –, com o objetivo de enquadramento simulado no Simples Nacional, beneficiando-se, assim, da diminuição ilícita dos tributos devidos.

Indústria

Anualmente, a indústria têxtil e a cadeia econômica de confecção e moda envolvem bilhões de reais. O setor é estratégico em Minas Gerais e, por essa razão, a investigação foi definida como prioritária no planejamento anual do Cira.

A operação “Ponto Sem Nó” é resultado de uma força-tarefa constituída por Ministério Público de Minas Gerais, por meio do Centro de Apoio Operacional de Defesa da Ordem Econômica e Tributária (Caoet), Receita Estadual e Polícia Civil

Cira

Instituído por meio do Decreto 44.525, de 2007, para atuar no combate à sonegação e às fraudes fiscais em Minas Gerais, o Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos (Cira) completou, em 2021, 14 anos de atuação. 

Durante esse período, o Ministério Público Estadual, a Receita Estadual e as polícias Civil e Militar foram responsáveis por investigações conjuntas que desarticularam fraudes estruturadas, resultando na defesa da livre concorrência e na recuperação significativa de ativos para a sociedade mineira. A iniciativa pioneira foi considerada estratégica por outros estados da federação, que criaram frentes de trabalho semelhantes.

* Com informações da Agência Minas e do Ministério Público de Minas Gerais.

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