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MÃE EM DOSE DUPLA: AGENTE DE SAÚDE TEVE GÊMEOS DURANTE A PANDEMIA

Foto: Wanderson Nascimento / arquivo

Kamila Amaral
Notícias Gerais

No dia 29 de janeiro de 2021, a agente comunitária de Saúde, Amanda Carla da Silva, deu à luz à gêmeos. A dupla veio ao mundo saudável, por meio de uma cesariana tranquila. Tranquilidade, no entanto, não foi algo que marcou a vida da mamãe no último ano, durante a pandemia de Covid-19.

Amanda descobriu a gravidez em junho de 2020 e, neste domingo, tem ainda mais motivos – dois, especificamente – para comemorar o Dia das Mães. Ela e o marido estavam tentando engravidar, mas o casal não esperava ter sucesso tão rapidamente.  “Foi um ‘susto’, assim entre aspas mesmo, porque já fazia um tempo que eu não estava prevenindo a gravidez. Eu estou com 34 anos e já tinha planos de engravidar, não queria engravidar com uma idade mais avançada”, conta à reportagem.

E o “susto” foi dobrado: no primeiro ultrassom realizado, Amanda descobriu que seria mãe de gêmeos. O sentimento foi “agridoce”. “Infelizmente, foi em meio a tanta tristeza que a gente está vivendo aí; eu fiquei muito assustada. Tantas vidas sendo ceifadas e eu podendo gerar duas vidas de uma só vez era meio estranho pra mim”, desabafa. 

Além de todos os receios comuns em qualquer gravidez, Amanda e a família tiveram que lidar também com preocupações a mais – tanto por se tratar de uma gravidez de gêmeos, com maior risco de complicações, quanto por ocorrer em meio a maior crise sanitária da atualidade.

“Ficamos preocupados também por todo o cenário, ainda mais quando a gente descobriu que era uma gravidez gemelar, prematuridade, os riscos de precisar de (precisar de) uma UTI e a gente não ter”, lembra Amanda. 

Família

Foto: arquivo pessoal.

Ela revela que o apoio da filha mais velha, Maria Cecília, de 13 anos, tem sido fundamental para o cuidado dos gêmeos. Amanda acredita que, por conta da diferença de idade, a filha e os gêmeos não serão tanto irmãos de “brincadeiras”, mas a irmã, com certeza, será com uma “segunda mãe” para eles. 

Amanda ainda pontua que a pandemia também interferiu em diversos outros aspectos da gravidez até o pós-parto. “A gente não sai, na minha família muita gente ainda não conhece eles porque não tem como visitar. Meu pai ainda não conhece porque está com muito medo de vir visitar”, comenta. 

Mãe, profissional e atleta

Foto: arquivo pessoal.

O ano que se passou marcou a vida da Amanda de diversas formas: além da gravidez, em 2020 ela também se formou como educadora física pelo Centro Universitário Presidente Tancredo de Almeida Neves (Uniptan), em São João del-Rei.

Atleta amadora de corrida, Amanda relembra que continuou se exercitando durante a gravidez. “Foi super bacana: participei de corridas enquanto eu aguentei, enquanto deu pra praticar o exercício ao ar livre eu pratiquei”.

Atualmente, a prática esportiva é o que Amanda mais sente falta em sua rotina. Ela não vê a hora de voltar aos exercícios e acredita que o esporte, além de tudo, ainda lhe dará mais energia para o cuidado dos filhos. 

A prática de atividade física é, inclusive, o principal conselho de Amanda às mulheres que estão passando pela gravidez durante a pandemia. “Mães sedentárias correm mais riscos, procure um profissional adequado e se exercite”, recomenda.

Apesar do sucesso da sua experiência, Amanda acredita que a pandemia não é o melhor momento para uma gravidez. “A gente fica muito apreensivo com o que pode acontecer. Ainda não se tem estudos suficientes (sobre a Covid-19) em crianças e gestantes, então eu acho que não é o melhor momento pra ter neném, mas, se acontecer, (a ideia) é se proteger ao máximo”, ressalta. 

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