Início Gerais Cotidiano MEIO AMBIENTE: SERRA DE SÃO JOSÉ PEDE SOCORRO

MEIO AMBIENTE: SERRA DE SÃO JOSÉ PEDE SOCORRO

Nascente do Bosque da Mãe D’agua. Foto: Luiz Cruz

Kamila Amaral
Notícias Gerais

A Serra de São José esteve fechada para visitação desde o início da pandemia da Covid-19 e só recentemente foi liberada para visitação. Mas quem teve a oportunidade de passear por lá até o último final de semana, antes das chuvas voltarem a cair na região, se assustou com o que viu. Foi o caso do pesquisador e fotógrafo de Tiradentes, Luiz Cruz, que deixou o local preocupado.

“O Córrego do Mangue está com pouquíssima água e ela não consegei chegar até a Cachoeira do Bom Despacho. A Cachoeira da Cruz do Carteiro secou completamente, alguns tanques estão com os fundos aparentes e nada de água. O Chafariz da Trilha da Cachoeirinha secou. O Chafariz de São José, de 1749, está sem uma gota de água. No Bosque da Mãe D’Água até tem água, mas ela se perde com tantos vazamentos ao longo do aqueduto”, descreveu ele, no domingo (20).

Na segunda (21), depois das fortes chuvas da madrugada, inclusive com ocorrência de granizo, ele voltou ao chafariz da Trilha da Cachoeirinha para conferir a situação. “A água já apareceu, apesar de muito pouca. O solo estava tão seco que a trilha amanheceu seca: toda chuva foi absorvida”, constatou.

De acordo com Luiz, o esgoto também é um problema: o nível da água do Ribeiro de Santo Antônio, que nasce no sopé da Serra de São José e atravessa a cidade de Tiradentes, está baixo e o esgoto deixa um odor desagradável.

O morador também alega que é crítica a situação do Rio Elvas, onde a Copasa faz a captação de água para o abastecimento de Tiradentes. “Lamentavelmente, já ocorreram dois incêndios na Serra de São José, mas as condições climáticas são muito propícias a grandes incêndios, exatamente às vésperas da primavera”, afirma o pesquisador.

Cruz se mostra preocupado com o impacto que esses incêndios podem ter na fauna local, uma vez que destroem o habitat de muitos animais, além de dificultar seu acesso a água e comida.

Denúncia

Uma grande preocupação do pesquisador é com o manejo dos cavalos no entorno da serra, especialmente no Mangue que, segundo ele, está cheio de cavalos. “Quem coloca cavalo na Serra, também coloca fogo para a renovação mais rápida de pastagem. Além desse risco gravíssimo, a área fica infestada de carrapatos”, denuncia.

Sem retorno do IEF

O Notícias Gerais tentou contato com o Instituto Estadual de Florestas, responsável pela área de proteção da Serra de São José. No entanto, não recebeu retorno até a publicação desta matéria, às 19h25 desta terça (22).

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