Início Gerais Brasil MORO PEDE AS CONTAS E INCRIMINA BOLSONARO; PGR PEDE INVESTIGAÇÃO AO SUPREMO

MORO PEDE AS CONTAS E INCRIMINA BOLSONARO; PGR PEDE INVESTIGAÇÃO AO SUPREMO

Foto: João Américo/Secom/PGR

Celso Bejarano
Especial para o Notícias Gerais


Brasília (DF) – O governo de Jair Bolsonaro (sem partido) viveu nesta sexta (24) o seu pior inferno astral, desde que assumiu, em janeiro do ano passado. Seu principal parceiro, nomeado no início do governo como superministro, pediu as contas. Sérgio Moro, agora ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, dizendo-se desgastado pelas ordens a que vinha sendo submetido pelo chefe, além de afirmar que não queria mais comandar uma das principais pastas do governo, ainda atacou o mandatário de tal maneira que a Procuradoria Geral da República (PGR) resolveu se manifestar e pedir investigação contra o mandatário.

A instituição solicitou à corte máxima do país, o Supremo Tribunal Federal (STF), que instaure um inquérito para investigar se o que o ex-juiz disse de fato ocorreu. Numa coletiva de imprensa, Moro, ao apontar as razões pelas quais pediu demissão, acusou o presidente de cometer graves crimes, ao menos em tese, como coação no curso do processo, prevaricação e obstrução de justiça.

“A dimensão dos episódios narrados revela a declaração de ministro de Estado [Moro] de atos que revelariam a prática de ilícitos, imputando a sua prática ao presidente da República, o que, de outra sorte, poderia caracterizar igualmente o crime de denunciação caluniosa”, diz trecho da denúncia protocolada à tarde no STF.

Ver aqui a íntegra da petição

Na coletiva, Sérgio Moro sustentou que o principal motivo de seu pedido de exoneração foi a troca do diretor-geral da PF, Maurício Valeiro. Bolsonaro quis tirá-lo sem o aval do ex-ministro, responsável pelo nomeação do policial, ano passado. Valeiro trabalhava junto com Moro, em Curitiba (PR), na Lava Jato, aquela operação que pôs na cadeia políticos importantes, como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Durante a operação, Moro conquistou fama no país e a admiração de Bolsonaro. E, ao ser convidado a virar ministro, deixou para trás 22 anos de magistratura.

Ocorre que, segundo o ministro, Bolsonaro não avalizava Valeiro no posto. Para Moro, o mandatário queria como chefe na PF alguém de sua confiança. O ex-ministro deixou a entender que o presidente queria saber exatamente como corriam as investigações dentro da instituição.

Moro não gostou e, disse ele, por este motivo, pediu para sair. Há investigações contra a família de Bolsonaro em curso, daí o manifesto do MPF.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui