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SEM RESPIRADORES E NEM LEITOS DE UTI, DORES DE CAMPOS NÃO TEM CASOS CONFIRMADOS DE COVID-19

Foto: Redes Sociais

Kamila Amaral
Notícias Gerais

A cidade mineira de Dores de Campos segue sem nenhum caso confirmado de Covid-19. De acordo com boletim epidemiológico do município, que foi atualizado na terça (21), dos 28 casos notificados, a cidade possui 15 pacientes em investigação e 13 casos já descartados.

Assim como em diversas outras cidades da região do Campo das Vertentes, em Dores de Campos foram adotadas medidas para combater a transmissão do novo coronavírus.

Em nota publicada em 30 de março, a Prefeitura Municipal de Dores de Campos informa que “os comércios de produtos não essenciais em hipótese alguma poderão manter seus estabelecimentos em pleno funcionamento, podendo apenas realizar entregas a domicílio”. As aulas também estão suspensas e a recomendação é para que a população fique em casa.

Cidade tem cerca de 10 mil habitantes, mas nenhum leito de UTI

Nos seus comunicados, a administração municipal enfatiza a importância do isolamento social contra o avanço do novo coronavírus. Ainda mais no caso da Dores de Campos, que não possui Unidade de Tratamento Intensivo (UTI).

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Dores de Campos possui cerca de 10 mil habitantes. Na hipótese apresentada pela prefeitura, se 10% da população se infectar ao mesmo tempo, serão mil pessoas infectadas. Enquanto, se 5% dos dorenses desenvolverem a doença de forma grave, 500 pessoas precisarão ser hospitalizadas. 

Como a cidade não conta com uma UTI, todos esses pacientes precisariam ser encaminhados para municípios vizinhos.

Os moradores

Professora da rede privada de ensino em Dores de Campos, Cláudia Fátima da Silva Pinto afirma que a Prefeitura Municipal tem feito e mantido um trabalho voltado para a conscientização da população e a manutenção do isolamento e do distanciamento social.

“O prefeito fala muito da necessidade de continuar isolado. Tanto é que tem um carro de som que transita a cidade inteira falando: ‘fique em casa, não saia, evite aglomerações’”, conta ela.

Apesar das orientações do poder público, a docente ainda considera a cidade “mais cheia do que deveria”. Segundo ela, que afirma estar saindo de casa somente para fazer as compras básicas de sua residência, os supermercados locais têm adotado práticas de segurança, mas ainda assim permanecem cheios.

Comércio

Como ocorre em diversas cidades, empresários e comerciantes pedem a reabertura do comércio após o primeiro mês de isolamento. “O discurso é esse: ‘não vai morrer de Covid-19, vai morrer é de fome’”, relata Cláudia, que percebe que a falta de informações concretas sobre o fim do período de isolamento causa desespero as pessoas. “É um quadro de grandes incertezas”, diz.

Educação

A professora, que continua dando aulas em regime de educação à distância, lamenta a desigualdade social escancarada pela pandemia, especificamente em nível escolar. “A gente sabe que na rede privada as condições de vida dos alunos são melhores, eles tem acesso a um bom celular, a um computador, tem país que tem condições de dar mais assistência”, explica Pinto.

Para além da desigualdade entre ensino público e privado, outro ponto destacado pela professora, no campo da educação durante a pandemia de Covid-19, é a iminente necessidade de valorização da ciência. “A pandemia é uma coisa gravíssima, mas ela mostra que nós precisamos de pesquisa e de ciência, elas são fundamentais”, defende.

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