Carol Rodrigues
Notícias Gerais
Dos 72 casos suspeitos já registrados até agora pela Prefeitura de Barbacena, 70 ainda estão sendo investigados. Essa é a maior média contabilizada em cidades do Campo das Vertentes e da Serra da Mantiqueira, que engloba municípios como Lavras, São João del-Rei e Carrancas. Mesmo com a alta quantidade de casos em análise, o número de leitos de CTI disponíveis ainda não foi divulgado.
De acordo com o médico Herbert Fernandes, infectologista responsável por tratar da doença em Barbacena, a previsão é de que o pico de infectados na cidade ocorra em 20, 30 dias. “Vai depender das medidas de investigação e da gente conseguir manter as pessoa em isolamento social, sem contato com aglomerações. Quanto menos as pessoa se encontrarem, menor as chances de transmissão e menor vai ser o pico da epidemia”, explica.
Mesmo com o alto índice de casos suspeitos e com o número de leitos de CTI disponíveis ainda não divulgado, Barbacena pode receber pacientes de cidades da sua microrregião, já que é tida como município de referência. Isso deve acontecer se o sistema de saúde dessas outra 11 cidades – que incluem Barroso, Antônio Carlos e Ibertioga – não derem conta de atender os casos de COVID-19.
No dia 19 de março, Barbacena – assim como todo território nacional – foi considerada região com transmissão comunitária do coronavírus. Isso significa que não é mais possível mapear a cadeia de propagação da doença, sendo improvável identificar quem transmitiu para quem. Assim, a Prefeitura da cidade emitiu uma nota com novas recomendações a respeito da COVID-19.
Novas orientações
“Conforme transmissão comunitária, nós vamos considerar a síndrome gripal (GS). A pessoa com febre, tosse e qualquer outro sintoma respiratório já será considerada suspeita”, esclarece o infectologista Herbert Fernandes acerca das novas medidas.
De acordo com o boletim, os casos serão divididos em síndrome gripal e síndrome respiratória aguda grave (SRAG). Ambos serão mantidos em vigilância e acompanhados.
A SG tem como sintomas febre acompanhada de tosse ou dor de garganta. O início dos sintomas deve ter ocorrido nos últimos sete dias. Pessoas com a síndrome são aconselhadas a permanecer em isolamento domiciliar, mas com restrição às áreas comuns da casa, assim como o uso de máscara.
O isolamento só deve acabar quando o paciente não apresentar mais febre por no mínimo 72h sem o uso de antitérmico e com a melhora dos outros sintomas. Os casos devem ser informados imediatamente à Vigilância Epidemiológica (VIEP). Não será feita coleta de material para análise da COVID-19.
A SRAG se caracteriza por febre acompanhada de tosse ou dor de garganta com dispneia (dificuldade de respirar definida por respiração rápida e curta) ou desconforto respiratório. Não se considera mais o histórico de viagem do paciente ou o contato com casos suspeitos ou confirmados. O caso deve ser informado à VIEP e o paciente, internado. Será feita a coleta de material para análise da presença ou não do SARS-Cov 2, porém, ainda não há prazo máximo para o recolhimento dos exames.