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CRÍTICA: CRUELLA É GENIAL MESMO QUE ALTERADA

Imagem: divulgação

Júlia Silva *

A desconstrução da vilã de 101 Dálmatas (Stephen Herek, 1996) abrindo caminho para construção de uma heroína ortodoxa foi o que trouxe o live-action de Craig Gillespie em 2021.

Cruella chegou com um enredo mais jovial e sofrido, interpretado de forma impecável por Emma Stone. A personagem, ainda que tenha sido transformada, entrega tudo aquilo que caracteriza sua essência, os cachorros, as roupas extravagantes e fashionistas, o cabelo bicolor, Gaspar (Joel Fry), Horácio (Paul Walter Hauser) e a personalidade mandona da personagem.

Mas algo não passou despercebido: a ausência do ódio por cachorros, a fonte de sua vilania. Para muitos isso pode ter estragado tudo, não pra mim.

A remodelação do nascimento da ira da vilã foi a peça chave da sua ascensão e readmissão com o público, visto que temas delicados, como a obsessão por pele animal e o icônico cigarro vermelho (abandonado por ordem da própria Disney), foram sabiamente trabalhados de outra forma.

A Disney mostrou que Cruella não é uma palavra tão ruim quanto descrita em 1996, ela é brilhante e, muito importante, fashion. As duas Emmas, a Stone e a Thompson, que vive a vilã Baronesa, dão irreverência à história, agora extremamente ligada ao mundo da moda.

Mostram-se muitas referências e momentos do mundo da moda real, de forma que um amante do ramo pode se pegar sonhando com eles. Seguindo essa linha, o figurino do longa trabalhado por Jenny Beavan, com elementos de Vivienne Westwood e o punk dos anos 70, e das linhas “A” e “Trapézio” da Dior sob direção de YSL, é a cereja do bolo.

Por mais que a ligação com a vilã original tenha sido cortada, o filme se apresenta muito bem e a personagem principal, que é a estilista Estella antes de ser Cruella, continua sensacional.

Conversando com a trilha sonora, a filmagem de Londres, onde se passa a história, e as situações criadas pelo enredo, confortam os olhos do espectador, misturando o moderno e o clássico. Já pode ser assistido nos cinemas e no Disney+.

* É estudante de Comunicação – Jornalismo da UFSJ e produziu este texto sob a orientação do professor Paulo Caetano, durante a disciplina remota de Produção Textual.

Os artigos de opinião e colunas publicados não refletem necessariamente a opinião do portal Notícias Gerais.

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