Najla Passos
Notícias Gerais
Tiradentes reabriu suas portas para o turismo na última terça (13), mas bem ao estilo mineiro: ressabiada. Na quarta (15), 24 horas após a Prefeitura anunciar a medida, a maioria dos comerciantes ainda não tinham voltado à ativa e a população ainda não havia ganhado às ruas. A impressão é que ninguém sabia ao certo se temia mais os turistas ou a falta deles.
Na praça central da cidade, completamente vazia, apenas uma sorveteria e meia dúzia de lojas de artesanato ousaram abrir as portas para disputar os raros potenciais clientes que circulavam pela cidade.
Em todas as elas, o cumprimento das regras impostas pelo Alvará Covid-19, o programa da Prefeitura para reabertura consciente, eram cumpridas: entrada controlada, fornecimento de luvas, máscaras e álcool em gel para aqueles que se aventurassem a desafiar a cidade que tanto lutou para se manter fechada para turismo, por temor à pandemia da Covid-19.
No posto de atendimento aos turistas, também no entorno da praça central, muito mais bate papo entre tiradentinos do que receptivo de pessoas de outras paragens.
Um único restaurante aberto, já fora da região central, atendia todo o fluxo de visitantes do dia. Sobre as mesas, potes de álcool 70 e cardápios em balados em plástico. A proprietária sorria com o bom movimento, depois dos quatro meses de quarentena sem trabalhar. “Não sei quanto ao resto, mas eu estou precisando trabalhar”, justificou.
Passeios turísticos
No meio da tarde, a Agência de Turismo Estrada Real anunciou que reabriria as portas nesta quinta (16). “Nós tivemos uma reunião agora com a Prefeitura para saber direitinho o que já pode e o que não pode funcionar”, explicou a empresária Tauane Santos.
Museus e igrejas continuam fechados, mas, conforme ela, os passeios ecológicos pela Serra de São José e os passeios urbanos de bicicleta já estão liberados. Nos principais pontos turísticos da cidade, mesmo aqueles que continuam fechados, totens com álcool em gel foram disponibilizados para tender as regras sanitárias.
Um outro roteiro que a agência retoma nesta quinta é o city tour pelas ruas de Tiradentes e da vizinha São João del-Rei, onde os números de infectados pela Covid-19 assustam bem mais do que na primeira. Tiradentes possui oito casos de moradores infectados pela Covid-19 e uma morte. Em São João del-Rei, são 327 casos confirmados, incluindo oito óbitos.
O tour completo pelas duas cidades históricas dura das 10h às 17h e garante circulação de turistas em ambas, com direito à almoço.
A disputada viagem de Maria Fumaça, o trem turístico do século 18 que liga os dois municípios, hoje sob os cuidados do consórcio VLI, continua suspensa. A estação de Tiradentes, historicamente lotada de turistas, permanece vazia.
Nas pousadas, a palavra de ordem é a discutível expressão “novo normal”, incorporada aos cartazes publicitários que anunciam a reabertura. Nos aplicativos de viagens, há vagas disponíveis para todos os gostos e bolsos. Só no Booking, 94 hotéis e pousadas anunciam quartos para a temporada.
Nos pontos turísticos, totens com álcool em gel. Foto: Najla Passos Nas pousadas, a palavra de ordem é a expressão “novo normal”. Foto: Najla Passos
Minas Consciente e Alvará Covid-19
Segundo o secretário de Administração de Tiradentes, Tomás Henrique de Oliveira, a abertura é permitida para todos os estabelecimentos considerados aptos pelas ondas vigentes do programa Minas Consciente – que atualmente enquadrou a região na Onda Branca.
Isso quer dizer que, além do comércio essencial, é permitida a abertura de setores e baixo impacto, como floriculturas, lojas de tecidos, de armas e fogos de artifícios, antiquários e galerias de artes.
“Bares e restaurantes apenas com o funcionamento delivery, conforme prevê o programa do governo de Minas Gerais. Além disso, é necessário ter o Alvará Covid-19 e o Selo Estabelecimento Seguro, expedidos pela Prefeitura Municipal, o que garante que o empreendimento se adequou às normas”, afirma.
O secretário ressalta também que há fiscalização intensa para o cumprimento das exigências determinadas pelo novo Decreto Municipal que prevê o Alvará Covid-19 e os protocolos do Minas Consciente.
“Os estabelecimentos que não estão inseridos nas ondas branca e verde e insistirem na abertura são notificados, multados e podem ter o alvará de funcionamento cassado. O município segue as determinações do Minas Consciente”, alerta.
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