Kamila Amaral e Caroline Santos*
Notícias Gerais
Na primeira segunda-feira de reabertura do comércio em São João del-Rei, o centro da cidade registrou um grande fluxo de pessoas nas ruas. No entanto, o mesmo não pode ser observado na maioria dos estabelecimentos comerciais.
A proprietária da loja Ooh la la, no Shopping Hills, Aline Ferreira, confidenciou que até às 11h da manhã, as repórteres do Notícias Gerais foram as primeiras pessoas a entrar no local. “Para mim não fez diferença. É como se eu ainda estivesse só com as vendas online”, explica.
A loja física foi fechada ainda no início de março. Desde então, Ferreira tem apostado no atendimento online. “Além das vendas terem diminuído, os custos aumentaram. Agora tenho que pagar motoboy e o frete da compra dos produtos. E nós não repassamos esse custo para os clientes porque aí não vende mesmo”, afirma a lojista.
Funcionários
Antes da pandemia, a Ooh la la contava com a colaboração de uma funcionária, que precisou ser dispensada. Esse receio acompanhou as manicures da Laser e Estética Belíssima, também localizada no shopping, Melca Vilella e Ingrid Motta. “Meu medo também foi de ser infectada. Eu fiquei com medo de trabalhar, porque nós precisamos, mas pegar (Covid-19) e passar para outras pessoas”, revela Motta.
Ambas as manicures ofereceram atendimento em domicílio durante o período mais rígido de isolamento, pois o salão fechou as portas após o decreto municipal. “Eu me programei (para ficar sem trabalhar) durante quinze dias. Vendo que não ia voltar mesmo, eu ofereci o atendimento em domicílio. No primeiro momento o pessoal foi mais arredio, mas depois foi vendo que teve gente que não ficava mesmo sem a unha (feita) e o medo foi passando”, contou Vilella. “Foram menos clientes, mas não tão pouco quanto eu imaginava”, completou Motta.
A manhã no salão também foi tranquila, com o atendimento de somente uma cliente. Para tentar minimizar a queda no faturamento, as manicures vão revezar o atendimento presencial no salão e atendimento em domicílio.
Movimento nas ruas
O casal Júlio e Maria Helena Brandão passeavam pela avenida Presidente Tancredo Neves, na manhã desta segunda (3). Eles chegaram a parar e olhar a vitrine de uma das lojas abertas, mas não entraram. “Acho que tem que abrir o comércio sim. Os comerciantes precisam e as pessoas estão perdendo o emprego”, defendeu Maria Helena.
O protético e a dentista contam que cumpriram o isolamento rigorosamente nos três primeiros meses da pandemia. “Mas já é hora de voltar, com responsabilidade”, salienta Júlio Brandão. “Mas ainda não é hora para festas nem churrascos”, finaliza Maria Helena.
Na avenida Presidente Tancredo neves, um dos pontos comerciais mais movimentado da cidade, o maior fluxo de clientes estava nas agências bancárias e nas lojas de eletrodomésticos. A gerência preferiu não se manifestar, mas devido ao controle de pessoas dentro da loja, uma fila considerável se formou do lado de fora de uma das lojas de móveis e equipamentos eletrônicos.
* Caroline Santos é estudante do 3º período do curso de Comunicação Social – Jornalismo da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ)