Luiz Carlos Gomes Júnior *
Quando um novo ano se inicia, muitos de nós temos consciência que é o começo de um período com muitos desafios… e não foi diferente em janeiro de 2020. Mas precisava de tantos?
Quem passou pelos bancos de um curso de graduação, principalmente na área da Saúde ou aqueles que tinham em sua matriz curricular disciplinas como Microbiologia e Imunologia, não podiam esperar que aquela palavrinha que escutavam dos seus professores pudesse fazer tanto estrago nos dias de hoje. Isso mesmo: o tal do “vírus”, mais precisamente a Covid-19 ou o famoso coronavírus, gerou uma grande transformação a nível mundial.
Aqui no Brasil, a pandemia começou a ser sentida logo após um período que boa parcela dos brasileiros mais gosta: o carnaval. O rumo da vida de todos sofreu com os efeitos desta crise sanitária – que, infelizmente, já custou a vida de mais de 150 mil pessoas no país, segundo dados do Ministério da Saúde.
Mas o que tudo isso tem a ver com o Dia dos Professores, celebrado nesta quinta (15)? Tecnicamente, tudo. A partir do momento que professor está inserido na sociedade, atua na transformação e trabalha em prol dela, e participa na formação de todas as outras profissões.
De longa data, quando problemas na sociedade são debatidos, é atribuída, ao trabalho desenvolvido nas instituições de ensino, a responsabilidade de resolver essas questões, por intermédio da educação, na qual os professores possuem papel muito importante.
Quem é adulto hoje, e passou pelos bancos das escolas, seja em qual nível de ensino for, vai se lembrar, com certeza, da figura da “tia”, do “professor da disciplina…” ou da “professora…”.
Em 2020, no entanto, não é possível deixar de pensar naquele “recém-formado num curso de licenciatura”, “no professor com quase 25 anos de carreira” ou mesmo do “professor doutor”: seja nas instituições de ensino públicas ou privadas, nenhum deles escapou da pandemia e da necessidade de se reinventar na sua realidade do trabalho educacional. Atividades com papéis e recortes, aula no quadro, uso de giz, apostilas, slides, aulas práticas em laboratórios, metodologias ativas… tudo foi impactado.
O docente, formado e preparado para atuar com pessoas, passou – de uma hora para outra – a se ver “obrigado” a lidar com videoaulas e um homeoffice para além do que já era realizado.
Os críticos aos trabalhos do professor acreditam que o trabalho docente durante a pandemia é fácil, já que “os professores estão desde março (ou abril) sem trabalhar”… “sem dar aulas”. Grande engano quem pensa assim. O trabalho docente sempre foi muito além da sala de aula.
Considerando tudo o que já foi comentado, ouso definir 2020 como o ano da excepcionalidade. É um momento de muitas perguntas, poucas respostas e muitas incertezas.
Pode até demorar um pouco para que consigamos retomar as atividades letivas presenciais com segurança, mas, em breve, tenho esperança que as coisas vão melhorar.
Portanto, parabéns professores! O vírus é perigoso, a doença é séria, a desvalorização pode existir… mas na vida profissional vocês passam por várias condições adversas e sempre dão conta do recado. Não se martirizem caso o encontro virtual não tenha ocorrido como planejado. Nesta realidade on-line, imprevistos acontecem, para todos os lados – docentes e estudantes.
Vamos nos cuidar para, logo mais, voltar com carga total para nossa missão de participar da formação das pessoas, para que elas possam melhorar as respectivas vidas e também toda a sociedade em que estão inseridas.
Feliz dia, professores! Parabéns pela data e pela profissão escolhida.
* Luiz Carlos tem Licenciatura Plena em Educação Física e Bacharelado em Nutrição. Com mestrado em Ciência da Nutrição, atualmente é doutorando em Saúde Coletiva na Universidade Federal de Juiz de Fora. Com mais de 25 anos de docência, é professor do IF Sudeste MG – Campus Barbacena.
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