Início Gerais Brasil SJDR TEM UM LEITO DE UTI PARA CADA 4,5 MIL HABITANTES; ENTENDA

SJDR TEM UM LEITO DE UTI PARA CADA 4,5 MIL HABITANTES; ENTENDA

Foto: reprodução

André Frigo
Notícias Gerais

São João del-Rei esteve no centro de uma polêmica nessas últimas duas semanas envolvendo a determinação do prefeito Nivaldo Andrade (PSL) de reabrir o comércio da cidade, flexibilizando o distanciamento social preventivo para combater a Covid-19. Para garantir o cumprimento da sua promessa, Nivaldo chegou a anunciar a aquisição de respiradores e leitos de UTI, sem no entanto dar números oficiais sobre quantos aparelhos. Mas a questão ultrapassou as fronteiras do município, quando vídeo postado na rede social trouxe ataque aos representantes municipais de cidades vizinhas.

Pela configuração do sistema de saúde brasileiro, as cidades das microrregiões formam consórcios para que a cidade polo seja capacitada a atender as demandas mais graves e específicas – inclusive, dos moradores dos municípios limítrofes que não possuem leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) ou respiradores.

A Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB) aponta que o índice ideal em tempos normais – ou seja, sem o aumento de demanda provocado pela pandemia iniciada pelo novo coronavírus – seria de um a três leitos de UTI para cada 10 mil habitantes.

Uma recomendação do Ministério Público aos prefeitos da macrorregião Centro Sul indica que São João del-Rei precisa de, ao menos, 36 leitos para que ocorra o relaxamento do isolamento social. Para chegar neste número, o cálculo feito levou em consideração dois leitos para cada 10 mil habitantes. Atualmente, o município conta 20 leitos de UTI.

Para entender a importância dessa relação entre a população e número de leitos de UTI, em São João del-Rei – atualmente – tem um leito para cada 4,5 mil habitantes. Se ampliar para a análise para a microrregião, temos um leito para cada 9,5 mil habitantes.

Quando a quantidade de 36 unidades equipadas de atendimento é levada em conta, a cidade passaria a ter um leito para cada 2,5 mil habitantes da cidade e 5,3 mil habitantes para a microrregião. Essa diferença pode significar limite entre a vida e a morte em tempos de coronavírus.

Esse número é o mínimo necessário para iniciar a reabertura do comércio. No entanto, é preciso considerar que o relaxamento da quarentena não aumenta somente o risco de ocorrer maior quantidade de pessoas infectadas e consequentemente o aumento de demanda por leitos hospitalares. O retorno à rotina normal das pessoas traz junto uma maior a possibilidade de acidentes que podem levar os acidentados a disputarem os leitos com pacientes infectados com o covid-19.

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