Início Gerais Cotidiano ALUNOS DA UFSJ DIVERGEM SOBRE AULAS REMOTAS

ALUNOS DA UFSJ DIVERGEM SOBRE AULAS REMOTAS

Foto: Ascom/UFSJ

André Frigo
Notícias Gerais

Alunos da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ) divergem sobre a retomada das aulas remotamente. De acordo com pesquisa realizada pela UFSJ, por meio de formulário na internet, no período de 2 a 14 de junho, 27% responderam que concordam, enquanto 17% discordam totalmente dessa possibilidade de reiniciar o ano letivo de 2020. Os que concordam e discordam parcialmente somaram 56% dos entrevistados.

No total, 6.338 alunos responderam ao formulário – algo em torno de 50% do total de matriculados na universidade. A pesquisa abordou outras questões que podem influenciar na decisão da UFSJ de adotar as aulas remotas durante a pandemia do novo coronavírus.

No levantamento sobre equipamentos para acessar, navegar e produzir conteúdo para as aulas via internet, constatou-se que 98% dos alunos têm celular, 86% têm acesso a computadores, 92% à câmera fotográfica, 86% a fone de ouvido, 70% a microfone. Os números caem quanto ao acesso a tabletes e impressoras. Nesse caso, apenas uma média de 25% dos discentes têm acesso pleno a esses equipamentos.

Acesso à internet

Um fator importante na discussão da volta as aulas de forma remota é o acesso dos alunos a internet. A grande maioria tem conexão própria em casa (85,37%), enquanto 14,67% têm compartilhada. O acesso através do 3G ou 4G é mais restrito, abrangendo 2.619 (41,32%) dos entrevistados. Quem tem acesso a internet somente fora de casa somou 1,37% e 28 (0,44%) alunos não tem acesso à internet.

No comparativo do acesso à rede através da banda larga ou da rede móvel surgem números que podem afetar o desempenho dos alunos no decorrer das aulas. Enquanto 77% têm acesso ilimitado na banda larga, 12% têm restrição de velocidade e 3% não têm acesso a essa modalidade de navegação pela internet.

Os números sofrem uma transformação quando o meio a ser utilizado é a rede móvel. Nesse caso apenas 12% têm aceso ilimitado, enquanto a maioria (67%) possui acesso limitado ou restrição de velocidade. O número dos que não tem acesso nessa modalidade é significativo e Ao todo 1324 (21%) não tem acesso.

Fonte: UFSJ / Design: Lucas Maranhão – Notícias Gerais

A pesquisa procurou avaliar as condições pra realização de atividades remotas. A média dos que conseguem ler textos, executar e enviar arquivos, assistir vídeos gravados e aulas fica acima de 85%. Já para assistir vídeos ao vivo é possível para 78% e realizar atividades em tempo real o percentual é de 69%.

Nesse quesito chama a atenção o total dos que consideram inviável executar essas tarefas. Não tem como assistir vídeos ao vivo 21%, enquanto a atividades em tempo real são inviáveis para 31% do total.

A posição do DCE

O Diretório Central dos Estudantes (DCE) participou do mapeamento e vai participar da avaliação, conforme relatou Rafael Oliveira Santos. “A gente participou do mapeamento, ajudou a construir com a Proa e a Proen, estamos ajudando na avaliação também, a gente faz parte desse processo. […] A gente precisa saber quem vai precisar de auxílio”.

Rafael ressaltou que a prioridade do DCE, nesse momento de crise na saúde provocada pelo novo coronavírus, é a vida dos alunos da UFSJ. “A gente está no meio de uma pandemia e de um momento muito crítico, muito difícil para as pessoas. As pessoas estão de luto e é um momento de se cuidar fisicamente, cuidar da saúde física e mental. Cuidar dos próximos. E a gente acha que essa discussão tem de ser feita com muita calma, levar tudo isso em consideração”.

Entretanto, Santos destaca que a questão de acesso aos equipamentos eletrônicos e à informação que requer muita atenção e discussão pelos membros da universidade. “A gente sabe que isso é muito importante, que tem muito a ver uma questão de desigualdade no Brasil. A informação é inacessível, a rede de banda larga não é acessível, muita gente não tem computador”.

Rafael afirma que o DCE está atento a falta de acessibilidade e as limitações que as empresas de transmissão de dados impõe aos usuários no Brasil.  “A gente sabe que praticamente a maioria da população brasileira e isso reflete nos nossos estudantes, tem acesso por celular e rede móvel. E a gente identifica um monte de problemas nesse acesso. Ele limita as pessoas para terem informação de qualidade que ficam reféns de um pacote de dados de uma operadora que não permite às vezes sair de um aplicativo. Então isso limita muito”.

Universidade e inclusão social

A questão sobre os alunos que não conseguiriam acompanhar atividades mediadas pela tecnologia digital é um fator de peso na discussão – principalmente, quando esse debate acontece dentro da universidade pública e seu compromisso com a inclusão.

Para 11% dos entrevistados, o acesso à internet é considerado ruim ou péssimo. Um total de 10,5% considera “pouco ou totalmente inviável” fazer atividades remotas devido a realidade social em que vivem. E 13% não têm espaço físico adequado para estudar.

Fonte: UFSJ / Design: Lucas Maranhão

Reitor marca presença em live do Notícias Gerais

Na próxima segunda (29), às 19h, o Notícias Gerais promoverá uma live com a participação do reitor da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ), Marcelo Pereira de Andrade. O tema do encontro virtual será “UFSJ e pandemia: como conciliar ensino, pesquisa e extensão com o ‘novo normal’?”.

O bate-papo on-line poderá ser assistido pelo YouTube ou Facebook do NG.

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