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ARTIGO: “POR LUGARES INCRÍVEIS” – JOVENS COM VIDAS DIFERENTES, MAS MUITO EM COMUM

Imagem: divulgação / Netflix

Lívian Alves Ferreira *

O filme “Por Lugares Incríveis” da Netflix, é estrelado por Elle Fanning que interpreta Violet Markey e Justice Smith que interpreta Theodore Finch. A trama foi inspirada no livro de Jennifer Nivel e retrata a vida de dois jovens que têm muito em comum, mesmo tendo vidas e personalidades tão distintas.

A narrativa já começa bem aflorada, quando Finch, em uma de suas corridas matinais, encontra Violet em cima de uma ponte a beira do suicídio: a garota sofre com o luto da irmã mais velha que faleceu em um acidente de carro. Os jovens que estudavam na mesma escola não eram nada próximos, mas por algum motivo, depois do ocorrido na ponte, Finch se interessa em pesquisar pela vida de Markey e acaba descobrindo sobre o acidente em que resultou na morte da irmã da jovem.

Theodore e Violet se aproximam quando, em um trabalho de Geografia, os dois decidem fazer o trabalho juntos. A ideia era visitar os ‘lugares incríveis’ de Indiana. Os jovens criam, então, uma bela relação. Finch vai aos poucos fazendo com que Violet se sinta mais a vontade com ele: a garota, que havia se tornado extremamente reservada depois da morte de sua irmã, vai periodicamente se desprendendo da “armadura” que havia criado. Além de encorajar a garota a enfrentar seu trauma de carros, os dois vivem momentos memoráveis e felizes para ambos. Sem que haja muita enrolação, os dois se apaixonam e dão início a um romance.

Apesar de não demonstrar tal como Violet, de parecer ser bem extrovertido e resolvido, Finch tinha pensamentos que o assombravam: a relação desagradável com o pai e o bullying que sofria dos colegas do colégio trazia para o garoto alguns danos psicológicos. O jovem carrega consigo a cicatriz de uma agressão de seu pai e é chamado de ‘aberração’ pelas pessoas de seu colégio por causa da sua personalidade, por apresentar problemas disciplinares e sumir por longos períodos em suas crises. A única pessoa da família de Finch que parece se importar com ele é a própria irmã, Kate, já que sua mãe viaja bastante e nem aparece na trama.

Após uma briga com um colega da escola, a trama entra em um dos momentos mais críticos e pesados. Finch fala como se sente – indicando que, provavelmente, o garoto sofre de depressão. Após uma discussão com Violet, quando a garota indaga a Theodore o que havia de errado com ele, o jovem some por dias, como costumava fazer – entretanto, nesse período, o garoto acaba falecendo e pelo jeito que é relatado, fica sugerido que tenha cometido um suicídio.

Apesar da temática que gira em torno de doenças ter se popularizado muito nos últimos tempos, com filmes e livros como “A Culpa É Das Estrelas” de John Green, o filme “Por Lugares Incríveis”, que foi lançado em 2020, trata de diversos assuntos sensíveis que são pouco abordados até então: tais como, depressão, bulimia, sentimento de solidão, como traumas sofridos na infância podem afetar a vida de alguém, TOC (transtorno obsessivo compulsivo) e como o bullying pode potencializar sensações negativas que a pessoa tenha , principalmente por se sentir fora do “padrão”.

O filme é bem legal e emocionante, durante toda a trama temos várias reflexões sobre a vida e principalmente sobre empatia, sobre muitas vezes não sabermos fatos que assombram o outro. Além da parte clichê (o romance do casal), “Por Lugares Incríveis” ressalta o quanto pessoas que te fazem bem podem mudar sua vida positivamente, nesse caso em específico, o quanto relacionamento dos dois faz bem para ambos.

Achei um pouco decepcionante o fato do protagonista morrer ao final do filme; entretanto, quebra um pouco a ideia de “final feliz” que geralmente os filmes propõem. Acredito que seja justamente para demonstrar o quão importante é a discussão do tratamento de doenças psicológicas e quão graves são elas.

Para pessoas que se identificam com algo que é retratado no filme, a obra pode se tornar ainda mais emocionante. É o tipo de filme que parece que foi feito para fazer o telespectador chorar, a trilha sonora colabora para tal fato.

Recomendo!

* É estudante de Comunicação – Jornalismo da UFSJ e produziu este texto sob a orientação do professor Paulo Caetano, durante a disciplina remota de Produção Textual.

1 COMENTÁRIO

  1. Parabéns pela crítica, escrita de modo claro e informativo. No entanto, em uma próxima matéria, poderia informar também no início do texto, sobre a existência de “Spoilers”. Como se trata de uma síntese do filme, com certeza alguns talvez nem queiram mais assisti-lo. Obrigado !

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