Carol Rodrigues
Notícias Gerais
Artistas e poder público de Barbacena criaram um grupo no whatsApp para discutir sobre a aplicação da lei Aldir Blanc na cidade. O objetivo é que toda a comunidade possa pensar junto a melhor forma de implementar o benefício no município.
A Lei de Emergência Cultural Aldir Blanc foi sancionada pelo presidente Bolsonaro (sem partido) no final de junho e aprovada pelo Senado no início de julho. O nome é em homenagem ao cantor e compositor Aldir Blanc, que faleceu em decorrência do novo coronavírus.
A norma prevê o repasse de R$ 3 bilhões para estados e municípios e tem como finalidade ajudar profissionais e organizações que perderam a renda durante a pandemia, além de fornecer auxílio a espaços culturais, micro e pequenas empresas e também a ações de incentivo à produção cultural.
Articulação
Artistas, Prefeitura e outras pessoas da sociedade civil criaram um grupo para dialogar sobre a melhor forma de garantir a implementação da lei em Barbacena. “É muito importante o máximo de pessoas possível acompanharem isso para a gente ajudar a orientar e pensar junto o que pode ser feito nesse sentido, o que vai ser melhor para a cidade de um jeito mais abrangente”, diz Hilreli Alves, responsável por criar o grupo.
Como a lei prevê que parte do dinheiro seja destinado a ações de incentivo cultural, e dá o prazo de 60 dias para que a distribuição da verba seja esquematizada, é importante que haja mobilização social.
No grupo, já são mais de 100 pessoas de diversos campos culturais: música, dança, artesanato, artes plásticas e visuais, teatro, congado, capoeira e museus. A Prefeitura de Barbacena diz que será feita uma pesquisa para mapear o setor de artes na cidade e fornecer uma plataforma de cadastro.
Uma das medidas proposta pelos artistas é o planejamento de lives e conferências online que serão importantes para discutir a aplicação da lei na cidade e garantir a comunicação entre os poder público e a população.
Importância
A secretária de Educação, Desporto e Cultura de Barbacena, Cacilda de Araújo Silva, diz que o incentivo do governo vai, também, ajudar a movimentar a economia local. “Sabemos das dificuldades que o setor cultural está sofrendo com essa crise, nada melhor do que se sentir visto e lembrado, e esse recurso emergencial, retrata isso”, completa.
Para Hilreli Alves, cantor e compositor, o grande legado proporcionado pela lei é movimentar municípios a pensar em forma de implementar mecanismos de fomento à cultura e movimentar a economia. “São milhões de trabalhadores da cultura que movem essas engrenagens e que também estão expostos e fragilizados diante do cenário atual. Nós fomos os primeiros a parar e seremos os últimos a voltar”, diz.
Licinho, que também é músico e compositor, compartilha desta mesma visão. Para ele, a iniciativa de unir a classe artística, que é em si muito diversa, é uma forma de abranger grande parte da cidade na luta para a implementação da lei.
A atriz, artesã e produtora cultural Luciana Oliveira diz que, com a pandemia, grande parte do seu trabalho ficou suspensa e ela não pode, por exemplo, ministrar mais aulas de dança. “A lei é a oportunidade de continuar me alimentando de muitas formas, não só a mim, mas aos meus… Arte é trabalho, necessidades, direito, e o dinheiro, também”, relata.