Início Gerais Cotidiano BARROSO: PREFEITURA CRIA SENTINELAS EM GRUPOS DE WHATSAPP PARA DENUNCIAR AGLOMERAÇÕES

BARROSO: PREFEITURA CRIA SENTINELAS EM GRUPOS DE WHATSAPP PARA DENUNCIAR AGLOMERAÇÕES

Fiscalização da prefeitura dispersou aglomerações em locais públicos no final de semana. Foto: Prefeitura de Barroso

Wanderson Nascimento
Notícias Gerais

O prefeito de Barroso, Anderson de Paula, e o vice-prefeito Eduardo Pinto, concederam uma entrevista à Rádio Liberdade na manhã desta segunda (17). Na ocasião, eles falaram sobre a situação da pandemia da Covid-19 no município, que vem sofrendo com um grande aumento do número de casos confirmados, bem como de mortos em decorrência da doença, e pontuaram medidas contra o avanço do novo coronavírus.

No início da entrevista, o prefeito foi questionado sobre as festas particulares, uma vez que são frequentes as publicações nas redes sociais denunciando essas aglomerações e a falta de fiscalização. Anderson respondeu que, desde o início do mandato, vem “batendo na tecla” dessa questão, mas há pouco tempo o município tem autonomia para combater.

“Até a decisão do STF, nós não tínhamos autonomia para entrar em locais particulares que não tinham alvará, mas depois que o município passou a ter essa autonomia, chegamos até a fechar sítios onde estavam tendo festas particulares”, exemplificou.

Ele explicou que essas ações não estavam sendo divulgadas para não criar uma situação constrangedora na cidade, então optou-se por preservar a identidade dessas pessoas. No entanto, a prefeitura passou a divulgar essas ações de fiscalização e combate a aglomerações.

“Senão as pessoas acham que o Executivo está inerte, não está tomando decisão. Alguns estabelecimentos foram chamados à atenção, nos reunimos com cada segmento para orientar e temos batido muito em relação a festas clandestinas. Só que temos que respeitar também o ‘Minas Consciente’, pois no momento que passamos para a Onda Vermelha, as questões de família poderiam acontecer, o que colocou empecilho nas nossas decisões”, comentou.

O prefeito também defendeu que, de acordo com análises das estatísticas feitas pela sua equipe, as aglomerações em eventos têm sido o motivo para o avanço da Covid-19 na cidade, e não a abertura dos estabelecimentos comerciais.

“Percebemos que todos os aumentos de casos foram reflexo de eventos, por exemplo: final de ano, carnaval nem tanto, Semana Santa, Páscoa, e agora esta semana começa a consequência do Dia das Mães. E agora o que vem pela frente é mais preocupante, pois tem o feriado de Corpus Christi, que é numa quinta-feira”, elencou.

Anderson ainda destacou que a principal causa do aumento de casos é a irresponsabilidade de parte da população. “O poder público tem sua responsabilidade, que é ter atendimento, ter médico, ter remédio – inclusive há falhas, que estamos trabalhando para corrigir. O que temos que entender é que está nas mãos da população”.

Entre as imprudências das pessoas, ele apontou, além das festas particulares, a saída para outros municípios. “A gente acompanha pelas redes sociais as pessoas indo para Tiradentes, Bichinho, se aglomerando em Resende Costa, indo a restaurantes da região. Não adianta fechar o comércio da nossa cidade e as pessoas saírem daqui para ir para fora. Se cada um não trazer a responsabilidade para si, não vamos vencer a batalha contra esse vírus”, afirmou.

Sentinelas infiltrados em grupos de WhatsApp

À Rádio Liberdade, ainda, Anderson indicou que a fiscalização continuará sendo intensificada nos estabelecimentos – e serão punidos aqueles que não estiverem cumprindo os protocolos. Outra medida que ele destacou foi a criação de sentinelas para interceptar as aglomerações e também a punição a servidores municipais que se aglomerarem.

Ele contou que há pessoas infiltradas em grupos de WhatsApp para descobrirem onde estão sendo realizadas festas, para que a administração municipal possa tomar uma atitude. Ele afirmou que, inclusive, dentro da Prefeitura de Barroso, se algum funcionário for pego em aglomeração vai receber ‘balão’ e, se for contratado, será demitido, “pois servidores do município precisam dar o exemplo”.

Filas de bancos, velórios e quadras esportivas

Questionado sobre as filas de bancos, que também registram pontos de aglomeração, o prefeito declarou que já conversou com os gerentes e que eles alegaram que eles não têm autonomia para ampliar o horário de atendimento, pois depende de aumentar o número de funcionários e pagar hora extra.

Diante da situação, segundo Anderson, o Executivo local tomará medidas mais enérgicas, como o envio de um projeto de lei esta semana para a Câmara, criando uma multa específica para os bancos. “Se eles não cumprirem, vamos multar e utilizar os recursos exclusivamente para a (atuação de combate contra a) Covid-19. Na hora que for no bolso, ou ele vai pagar multa, ou vai aumentar o número de funcionários e atender à comunidade da maneira como tem que ser atendida, com segurança”, cravou.

Anderson também foi questionado sobre a ampliação do tempo para os velórios, que permitem até 200 pessoas por hora, durante duas horas, no caso de óbito que não seja por Covid-19. Ele disse que, quando assumiu a administração, já tinha essa regra, e que há um levantamento que sinaliza que, provavelmente, em alguns dos velórios houve contágio do novo coronavírus também, mas que está estudando o caso.

“Se reduzirmos, evitamos mais pessoas indo. Se estendermos, as pessoas da família e mais chegadas ficam o tempo todo no velório, elas não saem. É algo que estamos discutindo. Precisamos de estatísticas e de pessoas especialistas que venham mostrar pra gente o que é melhor”, pontuou.

Indagado sobre o motivo de algumas pessoas morrerem após contrair a Covid-19 e, mesmo assim, ser permitido o velório, ele citou como exemplo a própria sogra, que ficou 43 dias intubada e, quando morreu, não houve velório. Anderson cita que, “na época, era uma recomendação, mas agora parece que existe um novo entendimento e mudou-se o protocolo” para pessoas que tiveram a Covid-19 há mais dias e supostamente o corpo não transmite mais o vírus.

Outra situação frequente e muito denunciada é a aglomeração em quadras poliesportivas. O chefe do Executivo barrosense declarou que, na onda vermelha, existe a possibilidade desses pequenos grupos se reunirem – principalmente quando for em área livre, aberta, mas tomando os devidos cuidados.

“Estamos criando um protocolo para esses espaços públicos e passar isso para responsáveis e líderes desses movimentos. O que a gente pede é que evitem essa áreas, pois ainda estamos numa situação muito complicada”, solicitou.

Vice-prefeito comenta sobre o Centro Covid

O vice Eduardo Pinto, que também participou da entrevista, foi perguntado sobre a preocupação das pessoas em relação à grande procura pelo Centro Covid – que pode acarretar aglomerações de pessoas potencialmente infectadas.

Eduardo afirmou que o serviço de atendimento à pacientes com Covid-19 é amplo no município e conta com o Tele-Saúde, o Centro Covid, o Hospital, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), bem como algum reflexo na UBS (Unidade Básica de Saúde), embora a orientação seja pra não procurar a UBS.

“O importante é que a gente tem feito uma avaliação periódica desse serviço e tem feito adequações. Até pouco tempo, o Centro Covid atendia com apenas um médico. Então nós deslocamos médicos das unidades básicas para revezar e ter mais um médico no Centro Covid. O fato é que, mesmo com dois médicos, o volume permanece grande e no hospital também”, revelou.

Entrevista foi concedida por Anderson e Eduardo à Rádio Liberdade. (Foto: divulgação)

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