João Pedro Justino
Especial para o Notícias Gerais
Em prol da preservação de empregos e abertura consciente do comércio, São João del-Rei sediou uma carreata organizada por empresários e comerciantes nesta quinta-feira (21). Faltando 10 minutos para às 14h, cerca de 100 carros ocupavam as laterais do Posto Ipiranga, no fim da Avenida 31 de Março, local de concentração do ato.
O carro de som com a faixa “São João não pode parar!” tocava “Nossa Senhora”. na voz do cantor Daniel, enquanto manifestantes distribuíam panfletos e enchiam balões brancos de ar.
“As bolas brancas são para não tomar partido de nada (…) são pela saúde, pela paz.” informou Emanuel Vitorelli, assessor jurídico do Sindicato do Comércio de São João del-Rei (SindComércio), por telefone.
Apesar de receber apoio do SindComércio, o protesto foi organizado por empresários e comerciantes de São João del-Rei de forma particular. O único cartaz com assinatura era da Pousada Santa Cruz de Minas, que pedia a “reabertura de pousadas com restrições”.
Ao longo da carreata, manifestantes usavam do carro de som para defender a causa. “Você acha certo um patrão ou funcionário ficar escondido, dentro do seu comércio, como se fosse um bandido? Não! Nós somos cidadãos de bem” dizia uma das vozes, sem identificação, ao passar pela Avenida Josué de Queiroz, no Matosinhos.
Comércio pede onda branca
Emanuel reafirma a principal reivindicação do movimento: “a gente entende que já estamos na onda verde há 60 dias, o município aderiu ao Minas Consciente e seria cabível a adesão da onda branca”. A mudança de onda permitiria a reabertura de serviços como antiguidades e objetos de arte, armas e fogos de artíficios, artigos esportivos e jogos, eletrônicos, produtos agrícolas, plantas, floriculturas, formação de condutores, móveis, tecidos e afins, atividades imobiliárias, imóveis e atividades jurídicas. Conforme protocolo do plano Minas Consciente feito pelo Governo do Estado para orientar a retomada segura das atividades econômicas.
Desemprego em alta e UTI’s em baixa
Segundo o Sindicato do Comércio, cerca de 3 mil funcionários foram demitidos desde o início da pandemia – o equivalente à 30% dos empregados no setor da cidade. O dado sofre inconsistência, pois tem como base exames demissionais realizados durante o período. Se o funcionário tiver realizado exame admissional ou ocupacional em até seis meses não precisa fazer o demissional, conforme comenta o assessor jurídico do comércio. Além da controvérsia causada pelos exames, o boletim mensal do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) está fora do ar – desde janeiro de 2020 – o que dificulta a conta.
“Nesta sexta (22) sai o resultado de quais cidades podem enquadrar na faixa branca. Eu acho que São João del-Rei, com essa força do comerciante pode aderir” aponta o vereador Stefânio Pires (PSL), é líder do Governo Nivaldo na Câmara. Ele conta que apenas dois leitos de UTI estavam ocupados até esta quinta: um no Hospital Nossa Senhora das Mercês, com a primeira vítima fatal da Covid-19 na microrregião, um senhor de 86 anos, e outro na Santa Casa da Misericórdia. No entanto, o boletim epidemiológico divulgado às 16h30 de hoje, pela Secretaria de Saúde apontam seis internações de pacientes do coronavírus, 22 casos confirmados e 420 notificações.
“O comércio não pode ficar fechado. Nós temos leitos de UTI lá e não tem ocupação de Covid-19. Alguns dias atrás tava tudo vazio. Nem as enfermarias estavam ocupadas” informa o vereador.
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