Celso Bejarano
Especial para o Notícias Gerais
Brasília – Emerson Miguel Petriv, o conhecido Boca Aberta, deputado federal do Paraná pelo PROS, quer que os políticos brasileiros condenados por corrupção tenham as mãos amputadas, como ocorre em países como a Arábia Saudita e o Irã. O projeto foi protocolado nesta terça (10), na Câmara dos Deputados.
Controverso, Boca Aberta é dono de mandato desde 2016, ano que elegeu-se vereador em Londrina, seu reduto eleitoral. Um ano depois, ele teve o mandato cassado por pagar uma dívida eleitoral por meio da chamada “vaquinha virtual”. Em 2018, virou parlamentar e ainda ajudou o filho, Boca Aberta Júnior, a vencer a disputa por uma vaga de deputado estadual, no PR.
Já brigou de socos na rua, por onde costumava fazer campanha de bicicleta motorizada, a “Gracie Kelly, a bike do terror”, como a chama. Teve o nariz quebrado, foi parar no hospital e ainda acumula encrencas como a de bater boca com jornalista.
“Dispõe sobre a amputação das mãos de político condenado por crime de corrupção contra o patrimônio público, desde a condenação até o trânsito em julgado”, diz trecho do projeto de Boca Aberta. A proposta do parlamentar paranaense prevê que as mãos do corrupto sejam arrancadas por médicos credenciados pelo SUS, o Sistema Único de Saúde.
O projeto do deputado, cuja aprovação “nem por milagre” acontecerá, conforme disse um parlamentar ouvido pelo Notícias Gerais, aqui em Brasília, não pouparia nenhum político – nem o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), nem governador, deputados ou vereadores.
“Presidente da República, Governador de Estado, Prefeito, membros do Congresso Nacional, das Assembleias Legislativas, das Câmaras Legislativas, das Câmaras Legislativas Municipais que tenham contra sua pessoa ou os que forem condenados, em decisão transitada em julgado [sem chance de recurso] ou proferida por órgão judicial colegiado, terão suas mãos amputadas se cometerem os seguintes crimes”.
Depois de protocolado, o projeto apresentado pelo deputado segue para as comissões, que examinam a legitimidade da ideia. Se os parlamentares estiverem de acordo, vai para a votação do plenário. Cumprido esse rito, a proposta é mandada para o Senado, que repete a formalidade e, se de novo aprovada, é mandada para o presidente da República, que sanciona, ou não, o projeto.
Para defender o projeto, Boca Aberta sustenta: “políticos se aproveitam da boa-fé dos eleitores, prometem tudo, não cumprem e nada-lhes acontece. Políticos desviam verbas de vários setores como educação saúde e muita gente morre por causa disso. Eles matam milhares de pessoas e ninguém faz nada. Quando se desvia dinheiro da merenda escolar, por exemplo, muitas crianças passam mal de fome por isso e ninguém faz nada! A população está cansada de sofrer nas mãos de políticos inescrupulosos e frios, pessoas más, desumanas”.
