Carol Rodrigues
Notícias Gerais
Com a pandemia causada pelo novo coronavírus, a venda de rosas despencou na região de Barbacena. O aumento da demanda para o Dia das Mães pode ser a “luz no fim do túnel” para melhorar as vendas e desafogar as contas de produtores de flores ornamentais e floriculturas.
Conhecida como cidade das rosas, Barbacena produz e vende flores tanto para dentro quanto para fora do país. Nos últimos meses, as vendas diminuíram drasticamente devido à pandemia – com eventos e festas cancelados e floriculturas fechadas, quase não há mais demanda.
Uma esperança é o aumento dos pedidos para o Dia das Mães, que é comemorado neste domingo (10). “Como as lojas estão fechadas, isso contribuiu para que as vendas aumentassem um pouquinho”, explica Maria Bernadete de Assis Melo que, junto com o marido, Mário Raimundo de Melo, produz rosas há 23 anos.
Como a maior parte da produção do casal é comprada por decoradores, as vendas praticamente zeraram com a pandemia, já que eventos, festas, formaturas e casamentos foram cancelados. Porém, os produtores vêem no dia das mães uma esperança.
“Não cobre tudo, mas vamos controlando, é uma luz no fim do túnel”, diz Maria Bernadete sobre as vendas para a data comemorativa. Outra expectativa é de que haja aumento também para o Dia dos Namorados, comemorado dia 12 de junho.
O casal produz flores ornamentais em dois sítios: um em Vasconcelos e outro em Barbacena. Além disso, também fazem parte de uma associação em Belo Horizonte e a maior parte das vendas acontece na capital mineira.
Mesmo com a falta de procura devido à pandemia, a produção de rosas não pode parar. Isso porque, caso as podas, a adubagem e os tratamentos não forem feitos, a plantação morre e o prejuízo seria ainda maior.
Nas plantações dos sítios de Maria Bernadete de Assis Melo e Mário Raimundo de Melo, o trabalho continua o mesmo. As flores são podadas três vezes por semana, a adubagem é feita, os remédios são aplicados. Porém, como não há procura, a maior parte da produção tem ido para o lixo. “Amanhã as coisas melhoram e, se você não cuidar, perde tudo, um trabalho de anos”, explica Bernadete.
Delivery de flores
Para continuar as vendas mesmo durante o isolamento social, uma saída encontrada pelas floriculturas foi investir ainda mais do delivery. Foi o que fez a Floricultura Casa das Rosas, que também apostou no guia comercial Compre em Casa, do Notícias Gerais.
“A quarentena afetou a quantidade de vasinhos de flores que encomendados, além da procura ter diminuído, a oferta também não foi a mesma”, diz Gabrielle Marciano da Silva, que trabalha na loja.
Uma saída para continuar vendendo, foi investir ainda mais no serviço de delivery da floricultura e acreditar no guia comercial Compre em Casa, que tem o objetivo de conectar virtualmente comerciantes, autônomos e consumidores.
O serviço de entrega já era feito pela floricultura, mas agora é a única forma que encontraram que continuar trabalhando, já que o comércio não essencial está fechado. “(entregamos) principalmente em datas especiais, tentamos atender o máximo de pessoas possíveis, até pessoas de fora que desejam presentear alguém de Barbacena”, comenta Gabrielle da Silva.
Homenagem aos profissionais de saúde
Para aproveitar a produção de flores que tem sido jogada fora, o casal de produtores Maria Bernadete de Assis Melo e Mário Raimundo de Melo decidiram homenagear os profissionais da saúde que estão na linha de frente de combate ao novo coronavírus.
No dia 21 de abril, Mário e a filha, Bárbara Cristina de Assis Melo, foram aos hospitais de Barbacena e também à Secretaria de Saúde para distribuir flores àqueles que estão lutando para salvar vidas.
A iniciativa foi tão bem vista que a associação de Belo Horizonte da qual fazem parte decidiu repetir o gesto na capital mineira. Flores foram distribuídas nos hospitais da cidade e Maria Bernadete e Mário também enviaram parte de sua produção para que fosse dada aos profissionais.