Lucas Silveira
Diocese de São João del-Rei
A Diocese de São João del-Rei deu início, na manhã desta quinta-feira, 11, a criação do Serviço de Proteção da Criança, do adolescente e vulnerável. A iniciativa parte do pedido do Papa Francisco que, através da Carta Apostólica sob forma de “Motu Proprio” “Vos estis lux mundi”, pede iniciativas em combate aos diversos tipos de violência no âmbito da Igreja. Sendo assim, o bispo diocesano, Dom José Eudes Campos do Nascimento, juntamente com representantes do clero e leigos, se reuniram de forma remota com a equipe do Núcleo “Lux Mundi” para a articulação dos trabalhos.
Fundado pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e pela Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB) em dezembro de 2020, o Núcleo Lux Mundi vem atuando em apoio às comissões diocesanas para a aplicação das indicações estabelecidas pelo Pontífice, contribuindo com a sistematização de medidas de segurança e proteção de crianças, adolescentes e pessoas vulneráveis, bem como na promoção de cursos, formações e capacitações neste aspecto.
A criação da comissão, segundo Dom José Eudes, estava marcada para o dia 09 de dezembro de 2020, fato este interrompido com o falecimento do padre Fábio José Damasceno, um dos membros. O interesse foi novamente retomado, após o bispo acompanhar as coordenadas do Núcleo Lux Mundi durante a reunião dos bispos do Regional Leste 2. “Se trata de algo importante e necessário para nossa Igreja”, explica.
Para a coordenadora do Núcleo Lux Mundi, a médica pediatra Eliane De Carli, se trata de uma temática atual e relevante que deve ser tratado de forma imediata e transparente. “Ficamos muito felizes com esta abertura da Igreja de São João del-Rei. Isto demonstra comprometimento, com resposta imediata do clero e sua participação massiva. Éramos 50 pessoas na sala. A reunião foi maravilhosa e conseguimos estabelecer um bom diálogo sobre um tema que, infelizmente, ainda é tratado com tabu e reservas”, reforça De Carli.
Com o trabalho empregado na Diocese, a ideia é que se estabeleça iniciativas para prevenir e evitar quaisquer formas de violência, abusos, maus-tratos, assédios e bullying, inclusive perpetrados por outras crianças e adolescentes, no desenvolvimento das atividades no âmbito da Igreja. “Nós estamos montando o serviço diocesano de prevenção dessas situações para que a Igreja seja um ambiente seguro, em todos os aspectos. E nós hoje demos esse passo importante em promoção da vida, baseada no respeito e na dignidade de cada ser humano”, explica o vigário geral, padre Geraldo Magela da Silva.
Para acompanhar o trabalho de perto e auxiliar na instalação do projeto, a Diocese convidou o bacharel em Direito e especialista nos Direitos da Criança e Adolescente, Eduardo Abrantes Campos. “Esse serviço é de grande importância e congrega não só o clero e religiosos, mas os leigos também. Sem dúvida é um trabalho que traduz determinação e coerência por parte da Igreja ao se preocupar na acolhida de possíveis vítimas, além de estabelecer um diálogo inclusive entre instituições de mesmo intuito social. A criação desse importante serviço sistematiza e confere maior concretude às ações da Igreja na defesa dos mais vulneráveis”. Além do Eduardo, outros leigos também integram a Comissão, assim como alguns padres da Diocese.