Celso Bejarano
Especial para o Notícias Gerais
Brasília – Foram apenas 28 dias na chefia do Ministério da Saúde e Nelson Teich, oficialmente, pediu exoneração nesta sexta-feira (15). A notícia foi divulgada pela assessoria de imprensa da pasta. Ele havia substituído Luiz Henrique Mandetta, que fora destituído do cargo por seguidas discórdias mantidas com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), principalmente acerca da exigência do isolamento social, medida tida como desnecessária pelo presidente.
Já era quase certa a saída de Teich desde a segunda-feira (11), quando em uma coletiva de imprensa, o então ministro foi avisado por repórteres que o mandatário Bolsonaro tinha determinado a inclusão de salões de beleza, barbearias e academias de ginástica como sendo serviços essenciais. Teich demonstrou surpresa e, dali em diante, cresceram os boatos de que ele ia sair.
Outra questão que parece ter chateado Teich foi a insistência de Bolsonaro na autorização do uso do medicamento cloroquina no combate ao novo coronavírus, já no início da internação. Não há prova científica que atesta, com certeza, que o remédio cure a doença que já matou ao menos 14 mil brasileiros de março para cá.
O presidente Bolsonaro deve fazer o anúncio da saída do ministro na tarde desta sexta (15). Ao menos no Congresso Nacional corre a informação de que o presidente deva nomear um militar do Exército como o novo chefe da Saúde, reforçando a tendência de militarização dos postos chaves do governo.
Também no Congresso, circula a informação que o presidente planeja mexer na chefia de outro ministério, o da Agricultura, no caso, comandada pela deputada federal licenciada Tereza Cristina. O presidente estaria insatisfeito com Tereza, que é de Campo Grande (MS), onde mora também o ex-ministro da Saúde.