Kamila Amaral
Notícias Gerais
Foi aprovado, nesta quarta (1), o texto base da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que adia as eleições municipais de 2020 para os dias 15 e 29 de novembro. Originalmente, o primeiro e segundo turno do pleito para prefeito e vereador iam ocorrer nos dias 4 e 25 de outubro.
O Notícias Gerais entrou em contato com alguns vereadores da Câmara Municipal de São João del-Rei para se posicionarem sobre o assunto. Confira o que pensam os vereadores Cabo Zanola (PSC), Dudu de Paula (REDE) e Lívia Guimarães (PT) sobre o adiamento das Eleições 2020.
Cabo Zanola
O vereador Robson Zanola, mais conhecido como Cabo Zanola (PSC), revela que não irá buscar a reeleição, mas que ainda não tem uma posição definitiva sobre se candidatar a outro cargo.
Sobre o adiamento das eleições municipais, ele afirma que a garantia da segurança de todos deve ser a principal preocupação. “Estou como político, mas sou bombeiro militar. Então, minha principal preocupação é com a segurança. Inevitavelmente, não tem como realizar as eleições sem colocar as pessoas na rua”, diz.
Zanola salienta também que é há como saber se até novembro a situação estará segura. “Não tem como ninguém afirmar, hoje, que as eleições vão poder ocorrer mesmo nesta nova data”, acredita o atual vereador.
Mesmo sem saber se será possível realizar as eleições de forma segura ainda em 2020, o cabo se manifesta contra o prolongamento dos atuais mandatos. “Mas essa minha opinião cai por terra se não for seguro realizar as eleições, porque aí não temos o que fazer”, ressalta.
Apesar de adotar uma postura otimista e esperar que a pandemia acabe o quanto antes, Zanola defende que a sociedade deve estar preparada para uma situação mais crítica. “Espero que as autoridades competentes tenham serenidade para tomar uma decisão, já que isso foge da nossa alçada”, pontua.
Dudu de Paula
Já o vereador Dudu de Paula (REDE), que é pré-candidato a reeleição, avalia positivamente a decisão dos deputados sobre o adiamento das eleições e lembra que, se fossem mantidas as datas anteriores, às ações de campanha estariam ocorrendo a partir da primeira semana de agosto.
“Nós estávamos muito próximos [do início da campanha] e, pelo que a gente está acompanhando dos números da Covid-19 e das análises dos especialistas, nós vamos estar vivendo dias desafiadores, dias muito difíceis ainda, principalmente em agosto e setembro”, afirma.
Na opinião do vereador, ainda é impossível saber com certeza se a realização das eleições poderá ocorrer de maneira totalmente segura em novembro. “O vírus tem sido muito desafiador e tem trazido uma surpresa desagradável atrás da outra, mas eu acredito que [o adiamento] vai amenizar a situação e dar tempo para que a gente se prepare, enquanto país, para fazer uma eleição mais segura”, comenta Dudu.
Ele também é contra a manutenção dos atuais mandatos por um tempo maior que o previsto. “Por uma questão democrática. A população escolheu, e escolheu por quatro anos, os atuais vereadores e prefeitos e eu vejo a eleição como uma prova final, como uma avaliação que a população faz”, sinaliza o vereador.
Lívia Guimarães
A vereadora Lívia Guimarães (PT), que também é pré-candidata a reeleição no pleito, enxerga que a decisão foi prudente, pois retira as eleições do período que espera-se ser o pico da doença. “Sem que isso afete o prazo dos mandatos, mantendo assim o processo democrático brasileiro”, afirma.
Para ela, mesmo com essa mudança nas datas, não se pode deixar de lado os cuidados que os órgãos de saúde orientam.
“No momento em que vemos o presidente [Jair Bolsonaro, sem partido] realizar ataques às instituições democráticas, acredito que adiar as eleições é a solução possível para manter o espaço democrático brasileiro”, aponta Lívia.
Segundo a vereadora, o momento do pleito permite que os candidatos debatam as suas propostas com a sociedade e a população tenha a oportunidade de escolher o que achar ser o melhor caminho para seus municípios. “Estender o prazo dos mandatos tira da sociedade este importante exercício democrático”, finaliza.
