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NUDES, APPS DE RELACIONAMENTO, REDES SOCIAIS: SAIBA COMO SE RELACIONAR COM SEGURANÇA EM TEMPOS DE PANDEMIA

Arte: Lucas Maranhão

Rhayssa Souza
Especial para o Notícias Gerais

O avanço do novo coronavírus e o rápido aumento de casos motivaram o período de isolamento social, recomendado por especialistas em saúde, que diversas cidades ao redor do mundo estão vivenciando. 

A recomendação é que as pessoas fiquem em casa e evitem encontros, incluindo os românticos. Sem poder sair, o contato virtual vira uma ferramenta contra a solidão. Um dos aplicativos de relacionamento mais utilizados é o Tinder. Só no Brasil são 10 milhões de pessoas cadastradas. 

O aumento do número de usuários durante o período de isolamento fez o aplicativo liberar recursos grátis como a ferramenta Passaporte, que permite ir além do raio tradicional da plataforma e encontrar pessoas em cidades distantes, outros estados e até países, “viajando” até elas. 

Para driblar o tédio

Para muitos, os aplicativos de relacionamento estão sendo utilizados apenas para driblar o tédio. É o caso de Isabela Coura, 23 anos, estudante. Isabela conta que utilizava o aplicativo Tinder antes do período de isolamento social, mas nas últimas semanas aumentou a frequência de uso. “Minha intenção é só conversar e conhecer. Converso com algumas pessoas porque sei que a chance de encontrar depois são mínimas”, diz ela. 

O contato virtual durante a pandemia não se resume a esses aplicativos. O estudante Leonardo Amaral, 22 anos, conta que não costuma levar a ferramenta muito a sério, e desde que o isolamento começou, seu uso diminuiu. 

“Acho que as pessoas estão utilizando as redes sociais por mais tempo. Quando alguém posta alguma coisa, outra pessoa interage. Eu comecei a conversar com muita gente que eu já seguia, mas nunca tinha conversado direito, e passei a seguir gente que conhecia só de vista. Tenho interagido com muitas pessoas em grupos no Facebook e com pessoas aleatórias no Twitter”, conta Leonardo. 

Segurança na internet

Flávio Schiavonni, professor de Ciência da Computação da UFSJ

O aumento crescente do uso de aplicativos de relacionamentos abre margem para discutir a segurança na internet, já que os usuários precisam ter diversos cuidados ao estabelecer contato virtual com alguém. 

Flávio Schiavonni, professor do curso de Ciência da Computação na Universidade Federal de São João del-Rei, ministra a disciplina “Segurança de sistemas da informação”. Para ele, a questão mais complicada de se pensar a segurança nas redes sociais é a relação de confiança que se estabelece com outra pessoa, sem ter as garantias de ela seja de verdade quem diz ser. 

“São muitos perfis falsos que podem utilizar as redes sociais ou até mesmo os aplicativos de relacionamento para conseguir alguma vantagem, prejudicar alguém ou para se beneficiar em relação a alguém”, diz ele. 

De acordo com Flávio, é importante ter certeza de que a pessoa é mesmo aquela que se apresenta, para então trocar confidências, fotos e estabelecer contato utilizando essas e outras redes. 

Cuidado com perfis fakes

Em caso de desconfiança de perfis falsos, é necessário ter atenção. “O prejuízo de se expor para alguém mal intencionado é um problema que já aconteceu com muitas pessoas”, complementa Flávio. 

A melhor maneira de se proteger é estar atento ao perfil e aos dados compartilhados, e não manter contato nem compartilhar informações pessoais com quem o usuário não se sinta seguro.

Outra dica é em relação às informações que os usuários de aplicativos de relacionamento costumam colocar em seus perfis. É preciso estar atento ao compartilhar dados pessoais e fotos de maneira pública. 

O cuidado também se estende às redes sociais em que comumente as pessoas têm apenas conhecidos adicionados, já que tudo que se publica pode ser compartilhado por qualquer pessoas através de prints.

E pode enviar nudes?

Flávio acrescenta que, mesmo conhecendo a pessoa com quem se mantém contato, é preciso ter cuidado. “No caso de se saber que a pessoa do outro lado é quem você espera, ainda assim existem outras implicações como enviar fotos que talvez você não queira que a pessoa tenha para sempre, como imagens íntimas. Em caso de vazamento, o ato é passível de processo, mas o dano causado não de desfaz com a lei”, alerta. 

Para o professor, a melhor opção é não enviar nudes. Mas, como em tempos de isolamento a necessidade de carinho às vezes se torna imperativa, ele dá uma dica. “Em tempos de pandemia, é claro que as pessoas sentem a necessidade de receber e compartilhar fotos, então uma opção é utilizar aplicativos que permitem a troca de imagens que ficam disponíveis durante alguns segundos e não existe a possibilidade de baixar a foto ou printar a tela”, completa o professor. 

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