Assessoria de Comunicação UFSJ
A UFSJ, em parceria com a UFMG e com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Milho e Sorgo (Embrapa), vem desenvolvendo pesquisa para a produção de embalagem biodegradável e comestível para o queijo minas artesanal. O propósito é prevenir a desidratação durante a maturação do queijo, especialmente em épocas secas.
Segundo o professor Marcelo Resende, do Departamento de Tecnologia e Inspeção de Produtos de Origem Animal da Escola de Veterinária da UFMG, a embalagem é produzida à base de fécula de mandioca e extrato de farinha de sorgo, acrescido de substâncias com propriedades funcionais e antimicrobianas. O produto é rico em antioxidantes que combatem os radicais livres, moléculas que podem favorecer o surgimento de doenças. O pesquisador trabalha, há alguns anos, em parceria com a professora Andréia Marçal da Silva, do curso de Engenharia de Alimentos da UFSJ (Campus Sete Lagoas), na área de Microbiologia, que inclui a produção de queijo artesanal na região do Campo das Vertentes.
A ideia da nova embalagem ganhou corpo no desenvolvimento da monografia Influência da aplicação de revestimento comestível em queijo Minas artesanal durante o período de maturação, de autoria de Gabriel de Sousa Leão, concluinte do curso de Engenharia de Alimentos na UFSJ, sob orientação de Andréia.
O trabalho investiga a possibilidade de diminuição do tempo de maturação dos queijos a partir da aplicação do revestimento comestível, mantendo o produto seguro para consumo e incrementando a renda dos produtores. De acordo com a professora Andréia Marçal, o estudo indica ser possível limitar o tempo de maturação, mantendo-se as características sensoriais e nutricionais do queijo. “O novo produto também protege contra trocas gasosas e reduz a perda de água, agregando um aspecto brilhante e mais atrativo ao produto”, destaca a pesquisadora.
A embalagem comestível ainda não está sendo comercializada. Os pesquisadores aguardam outras combinações propostas em estudos futuros, de modo que possam potencializar o uso dos revestimentos comestíveis.
Patrimônio imaterial
O queijo Minas artesanal é produzido com leite cru, coalho, sal e pingo (parte do soro obtido do dia anterior). Seu modo artesanal de elaboração foi registrado, em 2008, como Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), e sua comercialização é fonte fundamental de renda para as famílias produtoras.