Najla Passos
Da Editoria
Os prefeitos dos 16 municípios que integram o Consórcio Intermunicipal de Saúde das Vertentes (CISVER) se reúnem nesta terça (31), por videoconferência, para discutir ações conjuntas para a contenção da pandemia de Covid-19.
“O Governo de Minas está paralisado e nós precisamos nos preparar para enfrentar o pico da doença. Até agora, nada do Estado atuar, nada de hospital de campanha”, afirma o presidente do CISVER e prefeito de Barroso, Reinaldo Fonseca (PSDB).
De acordo com Fonseca, as ações do Governo Zema deixam a desejar. Até o momento, não foi apresentada nenhuma ação nem mesmo para aquisição de equipamentos hospitalares, como os respiradores, que são essenciais para o tratamento de pacientes com coronavírus.
“O Estado enviou um ofício recomendando que as prefeituras entreguem remédios para os pacientes suficientes para seis esses, mas como os municípios, que estão quebrados, vão conseguir comprar medicamentos para todo este tempo?”, questiona.
Teste para Covid-19
Segundo o presidente do CISVER, uma demanda que tem afetado a todos os municípios da região é a demora na entrega dos resultados dos testes de contaminação, feitos exclusivamente na FUMED, em Belo Horizonte.
“Nós temos recebido propostas de testes rápidos que saem em até um dia. Já pedi a equipe técnica para testá-los e, se os resultados forem confiáveis, vamos comprar kits para distribuir entre os municípios consorciados”, afirma.
Maioria pelo isolamento
De acordo com Fonseca, é quase unânime entre os prefeitos da região a defesa do isolamento social como medida de redução de danos durante a pandemia. Segundo ele, à exceção do prefeito de São João del-Rei, que não participa muito das reuniões do grupo, os demais estão mantendo as orientações técnicas do Ministério da Saúde.
“Nós precisamos estar unidos porque uns dependem dos outros. São João del-Rei é uma cidade polo. Três vezes por semana nós enviamos um ônibus de Barroso com pacientes para fazer hemodiálise lá. Se a contaminação aumentar muito em São João, o nosso município também correrá riscos”, esclarece.
Carta a Bolsonaro
Outra proposta de Fonseca para ser discutida na reunião é a elaboração de uma carta a ser enviada ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido). O prefeito defende que o chefe do Executivo tome as rédeas da crise, aprove ajuda financeira para os diferentes setores e pare de insuflar seus seguidores a cobrarem medidas de enfrentamento apenas dos prefeitos.
“O presidente tem acesso a recursos que nós, prefeitos, nem sonhamos. Além disso, ele precisa unificar seu discurso com o do Ministério da Saúde e seguir as recomendações técnicas do órgão. Porque a posição dele acaba insuflando os comerciantes, por exemplo, a nos pressionarem a suspender o isolamento social. E isso pode colocar a vida da população em risco”, explica.