Início Gerais Brasil PROBLEMAS NO SISTEMA DE CADASTRO DO AUXÍLIO EMERGENCIAL PREOCUPA POPULAÇÃO

PROBLEMAS NO SISTEMA DE CADASTRO DO AUXÍLIO EMERGENCIAL PREOCUPA POPULAÇÃO

Foto: Marcello Casal Jr / Agência Brasil

Carol Rodrigues
Notícias Gerais

Erros de cadastro do programa de auxílio emergencial do governo federal têm preocupado algumas pessoas, que não conseguem fazer a solicitação para receber o benefício. “Houve grande modificação nos critérios para a obtenção do auxílio, o que vem ocasionando aumento da ansiedade e revolta para quem tem pressa, visto que a fome não espera”, relata Priscila Moraes Ribeiro de Paula, do Programa de Educação Financeira para Inclusão Socioeconômica Sustentável (PEFISS).

A cabeleireira Aline Aparecida Vieira e o marido, Reinaldo Geraldo dos Reis, que presta serviços para uma pousada, estão tendo dificuldades de solicitar o benefício. “A gente fez tudo direitinho, esperamos e estava só ‘em análise’. Quando a gente foi olhar o resultado, deu que o nosso CPF já tinha sido cadastrado”, conta Aline.

Mesmo depois de muitas tentativas, o erro persiste: ao tentar registrar o CPF de todas as pessoas da família, como pede o sistema, a mensagem que aparece é que eles já estão cadastrados em uma composição familiar. No entanto, ao entrar para acompanhar o pedido, a plataforma indica que não há solicitação para o CPF informado. 

Imagem: reprodução

“Coloquei em refazer, fizemos tudo bonitinho de novo… eu e meu marido ao mesmo tempo e deu isso de novo, não está dando certo”, expõe Aline. O casal mora em São João del-Rei e têm duas filhas. Os dois estão sem trabalhar por causa da pandemia causada pela Covid-19.

Principais problemas

Esse não é o único problema registrado pelo novo sistema. De acordo com Priscila, que atua no PEFISS, as reclamações mais comuns são em relação a erros no CPF, erros no acesso ao aplicativo e atrasos na análise dos cadastros. 

O PEFISS é uma iniciativa de educação financeira da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ) que – no momento – está prestando assistência para pessoas com dificuldade de conseguir o auxílio emergencial. Por meio de um grupo no WhatsApp, o projeto atende mais de 170 pessoas.

De acordo com a bolsista, o problema mais recorrente é a dificuldade em acessar o aplicativo da conta digital Caixa Tem. “Mesmo tentando acessá-lo à noite ou de madrugada conforme orientamos, muitos ainda não conseguem o acesso ou, uma vez logados, não conseguem fazer a transferência do dinheiro para outras contas”, diz Priscila.

Porém, mesmo com as dificuldades, a estudante de Economia relata que a maioria das pessoas consegue fazer o cadastro após muitas tentativas. 

De acordo com o Sebrae, vários erros estão sendo relatados e corrigidos aos poucos. A orientação é manter a calma e continuar tentando. 

Sobre o PEFISS

O Programa de Educação Financeira para Inclusão Socioeconômica Sustentável foi criado em 2011 pelo professor de Economia da UFSJ, Glauco Manuel dos Santos. O objetivo é fornecer educação financeira crítica acessível para qualquer pessoa. 

Nas últimas semanas, no entanto, as demandas do grupo passam por mudanças. Agora, os participantes do projeto também ajudam quem está com dificuldade de conseguir o auxílio emergencial do governo. 

Com os novos contornos causados pela pandemia do novo coronavírus, o grupo se ampliou e fornece também auxílio jurídico e psicológico para os assistidos. “As pessoas começaram a trazer outras questões – como, por exemplo, de natureza jurídica, preocupação com ameaça de despejo por não pagamento de aluguel, preocupação do ponto de vista trabalhista, problemas com patrão. Além disso, até questões que remetiam a sofrimento psicológico, situações de desespero, angústia”, comenta o docente.

Para fazer parte, basta entrar no grupo de WhatsApp pelo link.

Quem pode pedir o auxílio

Para requisitar o auxílio emergencial é necessário que a pessoa tenha mais de 18 anos e não tenha emprego formal, podendo ser microempreendedor individual, autônomo e desempregado.

É necessário que o solicitante não receba outro tipo de auxílio, como previdenciário ou assistencial, seguro-desemprego ou de outro programa de transferência de renda federal que não seja o Bolsa Família.

A renda familiar também precisa ser de até R$522,50 por pessoa ou R$ 3.135,00 ao todo.

Serão disponibilizados três parcelas de R$600 para até duas pessoas da mesma família e, no caso da mulher ser a única responsável pelas despesas, esse valor sobe para R$ 1.200.

Para fazer a solicitação do benefício, o link para ser acesso é este que está disponível aqui.

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