Equipe do Programa de Extensão Entre Idas e Vindas
O Brasil ocupa a posição 124 de 142 países analisados no ranking mundial de desigualdade de salários. Aqui, 43% das mulheres em situação de violência sofrem agressões diariamente e em média, de acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, a cada 11 minutos uma mulher é estuprada. Pesquisa feita pela revista Azmina aponta, ainda, que a cada 9 horas uma mulher é morta durante a pandemia no país. E apesar do avanço legislativo, o Brasil é o 7º país, em uma lista de 84, com o maior número de homicídios de mulheres (Mapa da Violência, 2012).
Esses são alguns dados do difícil panorama da Violência Contra a Mulher que em nossa sociedade é um fenômeno estrutural. As violências física, em que a integridade física é atingida; sexual, que envolve constrangimento para presenciar ou participar de relações sexuais indesejadas e o impedimento da mulher de exercer os direitos reprodutivos; psicológica, quando há danos emocionais e comportamentais, coação e humilhação; moral, que consiste em qualquer ação caluniosa, injúria ou difamação; ou patrimonial, que se refere a danos causados sobre os bens e valores da mulher, devem ser encaradas não como evento isolado, mas como parte de um todo que subordina e violenta mulheres.
Qual a importância do dia 25/11?
O dia faz parte do calendário mundial de luta pelos direitos humanos das mulheres. São 16 dias de ativismo no combate à violência contra a mulher, indo do dia 25 de novembro ao dia 10 de dezembro em que é celebrado o aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos.
A data foi escolhida no Primeiro Encontro Feminista Latino-Americano e Caribenho de 1981, realizado em Bogotá – Colômbia, em que cerca de 200 feministas em meio a governos ditatoriais em vários países da região fizeram um primeiro encontro histórico no continente. O dia homenageia às irmãs Mirabal, dominicanas que lutaram bravamente contra o regime ditatorial em seu país, e foram perseguidas, estupradas e assassinadas no dia 25 de novembro de 1960, por militares.
Entre avanços e retrocessos, Entre Idas e Vindas
Diante da necessidade de avanço em ações de enfrentamento à violência contra a mulher, surge o Programa de Extensão “Entre Idas e Vindas: Construindo Fluxos e Fortalecendo Redes de Cuidado à Mulher em Situação de Violência no Município de São João del Rei”.
Já em seu segundo ano de trabalho, o programa apoiado pela PROEX da UFSJ realizou ações de mapeamento e articulação da rede de enfrentamento e atendimento à mulher em situação de violência no município, abarcando os setores de Saúde Pública, Segurança Pública e Assistência Social.
A partir deste trabalho foi possível a construção de uma cartilha, por meio da qual são explicadas as principais formas de violência contra a mulher, sua estruturação social e o lugar das políticas públicas na prevenção e no enfrentamento. São apresentadas as redes de enfrentamento e atendimento do município junto ao que ainda pode ser incorporado a essas; e por fim, faz-se um convite à tão necessária movimentação política. O programa espera que a cartilha seja forte instrumento de formação e fortalecimento das redes de cuidado às mulheres em situação de violência. Para saber mais sobre o programa e suas ações acesse o instagram @idasevindasufsj ou mande um email para programaentreidasevindas@gmail.com.
Para além do dia 25
Aproveite o dia de hoje para combater a violência seja na família, no grupo de amigos, na escola, na rua, nas redes sociais, na mesa de bar, nos serviços públicos e privados e também junto aos diversos movimentos sociais e organizações políticas.
Mas lembre-se que o enfrentamento da violência contra a mulher precisa ser tarefa cotidiana de todas as pessoas. Só assim será possível consolidar um projeto consistente de enfrentamento que vá além de ações paliativas. A luta é para que ela não mais aconteça!