SÃO JOÃO DEL-REI, BARBACENA E REGIÃO PODEM TER QUE FECHAR O COMÉRCIO NÃO ESSENCIAL E RETROCEDER À ONDA VERDE

Carol Rodrigues, Kamila Amaral e Najla Passos
Notícias Gerais

A nova reclassificação do Programa Minas Consciente, do Governo do Estado, feita pelo Comitê Extraordinário Covid-19, indica que a Macrorregião Centro Sul de Saúde pode retroceder à Onda Verde, que permite apenas a abertura dos estabelecimentos de comércio essenciais, como supermercados, padarias e farmácias.

A informação foi publicada no Diário Oficial de Minas Gerais, desta quinta (18), na seção destinada ao Comitê, que apresenta a planilha com a reclassificação de cada macrorregião do Estado. Em relação à Macrorregião Centro Sul, que está na Onda Branca, aponta a seguinte observação: “Expectativa de regressão para a Onda Verde: serviços essenciais”.

A macrorregião Centro Sul de Saúde engloba os 51 municípios que compõem as microrregiões de São João del-Rei, Barbacena, Congonhas e Conselheiro Lafaiete. Até o próximo monitoramento, que será realizado no dia 27 de junho, a Macrorregião permanece classificada na Onda Branca, que autoriza a reabertura de setores como antiguidades e objetos de artes, armas e fogos de artifícios, produtos agrícolas, plantas e floriculturas, móveis, tecidos e afins, além de autoescolas.  

“Quanto à possibilidade de regressão para a Onda Verde, nós não temos nada oficial. O que está oficial é que será mantida a Macro Centro Sul na Onda Branca até o próximo monitoramento, com o número de casos aumentando e a taxa de ocupação dos leitos de UTI também aumentando. Isso é o que a gente tem de concreto”, afirma a secretária-executiva da Macrorregião Centro Sul, Ormesinda Barbosa Salgado.

Curva ascendente

Segundo levantamento feito pelo Notícias Gerais, até esta quinta (18), a Macrorregião Centro Sul de Saúde já apresentava pelo menos 805 casos de Covid-19 e 22 mortes. O crescimento maior se deu na microrregião de São João del-Rei, cujos números explodiram na última semana.

O município polo tem se destacado dos demais por aprovar medidas mais permissivas de flexibilização das atividades econômicas. A cidade autorizou a reabertura de setores como bares e restaurantes, mesmo antes do prefeito Nilvado de Andrade conseguir implantar os 18 novos leitos de UTI que vem anunciando.

São João del-Rei possui hoje apenas 20 leitos de UTI para atender a população infectada por Covid-19 dos 18 municípios que fazem parte da microrregião de saúde. Segundo o Boletim Epidemiológico Coronavírus do município, emitido na tarde de quinta (18), 13 dos 20 leitos existentes já estavam ocupados.

O que diz o Governo de Minas

Em nota, o governo de Minas afirma que o objetivo do plano “Minas Consciente – Retomando a economia do jeito certo” é orientar a retomada segura das atividades econômicas nos municípios do estado.

“A proposta criada pelo Governo de Minas Gerais, por meio das secretarias de Desenvolvimento Econômico (Sede) e de Saúde (SES-MG), sugere a retomada gradual de comércio, serviços e outros setores, tendo em vista a necessidade de levar a sociedade, gradualmente, à normalidade, através de adoção de um sistema de critérios e protocolos sanitários, que garantam a segurança da população. As previsões do governo para adesão ou mudança de ondas em todas as macrorregiões do Estado estão constantemente sujeitas a alterações”, esclarece no documento.

Conforme a nota, o Minas Consciente foi baseado nas informações fornecidas por diversas instituições e entidades de classe, com objetivo de auxiliar os 853 municípios do estado para que possam agir de maneira correta e responsável, mantendo os bons resultados apresentados por Minas Gerais na contenção da pandemia do novo coronavírus. Neste sentido, o plano agrega dados econômicos, mas principalmente dados de saúde pública para orientar uma tomada de decisão responsável, segura e consciente.

“O monitoramento dos dados é feito por meio da Sala de Situação, na Secretaria de Estado de Saúde. Existe um marco de informação diário (dados epidemiológicos, leitos e ocupação) e um semanal (curva de tendência global e regional). O marco para a tomada de decisão para abertura de nova onda acontece a cada 21 dias, sendo que os passos para retroceder pode ser a qualquer momento, tudo dependendo dos dados”, afirma.