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“SE O SENHOR ESTÁ QUEBRADO, NÓS ESTAMOS ESTRAÇALHADOS”, DIZ RODOVIÁRIO AO DONO DA VIAÇÃO PRESIDENTE

Foto: Kamila Amaral.

Kamila Amaral
Notícias Gerais

Ocorreu na manhã desta terça (11) a primeira reunião entre o dono e os funcionários da Viação Presidente desde o início da paralisação das atividades na última sexta (7). Apesar do encontro, nada foi resolvido e a paralisação segue por tempo indeterminado. 

O dono da empresa, Roberto José de Oliveira, afirmou que não tem recursos para arcar com o que deve aos funcionários e que está aguardando receber a quantia de R$ 3,6 milhões, que será dividida em três vezes, de um consórcio, para pagar os trabalhadores. 

Não há previsão de quando esse valor começará a ser pago. “Até o final do mês”, disse vagamente um dos gerentes da empresa. 

Segundo cálculos da gerência da Viação Presidente, a dívida da empresa para com os funcionários está em cerca de R$ 2 milhões. 

Diante do exposto, os funcionários sinalizaram que irão manter a paralisação total das atividades até receberem seus salários em conta. 

Sem sindicato

A reunião aconteceu no pátio da Viação Presidente e não contou com a participação da presidenta do Trabalhadores em Transporte Rodoviário de São João del Rei (Sintrorei), Sarita Passarelli.

Inicialmente, o dono da empresa  disse que só se reuniria com a representante do sindicato. No entanto, os trabalhadores protestaram e disseram que o sindicato não representa a categoria e que qualquer acordo firmado entre eles (sindicato e empresa) não seria válido. 

Sem salário

A Viação Presidente justifica o atraso no pagamento do salário de seus funcionários afirmando que o faturamento da empresa caiu drasticamente durante a pandemia. Segundo o responsável pelo financeiro da empresa, Jobson Santos Costa, o faturamento saiu de R$ 1,4 milhões para R$ 300 mil por mês. 

“Só na manutenção que a gente gasta para manter os carros rodando são R$ 214 mil”, disse o analista financeiro. 

Mesmo temendo represálias, alguns funcionários da empresa assumiram a fala e expuseram a situação que estão enfrentando após três meses sem pagamento e ticket alimentação. 

“Se o senhor está quebrado, nós estamos estraçalhados (…) A gente tem que receber, não adianta, não tem outra explicação. Se vocês trabalharem, vocês não vão ter que receber?”, perguntou um dos funcionários aos demais presentes.

Ameaças e injustiças

Os funcionários questionaram também a empresa não ter nenhum tipo de caixa ou reserva de emergência, o fato do Fundo de Garantia por Tempo de Trabalho (FGTS) dos funcionários não estar sendo quitado desde antes da pandemia e a fala do advogado da Viação Presidente de que os funcionários da empresa poderiam ser processados e dispensados por justa-causa devido a paralisação.  

Em entrevista concedida ao Notícias Gerais na última sexta (7) o advogado Bruno Viegas dos Santos, que responde pela Viação Presidente em São João del-Rei, afirmou que a empresa entende a paralisação como um ato ilegal

“Tomaremos todas as providências judiciais cabíveis, inclusive, se necessário, demissões por justa-causa”, disse Santos ao NG.

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