Início Gerais Cotidiano CAMPANHA ARRECADA DONATIVOS PARA CATADORES EM QUARENTENA; SAIBA COMO AJUDAR

CAMPANHA ARRECADA DONATIVOS PARA CATADORES EM QUARENTENA; SAIBA COMO AJUDAR

Foto: Arquivo Pessoal

André Frigo
Notícias Gerais

Os cooperados da Associação dos Catadores de Material Reciclável (Ascas) de São João del-Rei estão sem renda desde que o estado de emergência foi decretado no município e eles não podem mais trabalhar.

Zulméia Dias, presidente da cooperativa, afirma que os catadores recolhem uma média de 11,5 toneladas de material a cada 15 dias e o faturamento depende do desempenho de cada um. “Os catadores trazem os materiais, fazemos os fardos e depois a gente manda para Belo Horizonte. Mais ou menos de 15 em 15 dias. Aí a gente faz os pagamentos. Tem uns que tiram 300, outros 800 e tem quem tira até mais de mil reais. Vai depender do que ele produz”.

A Prefeitura não faz coleta seletiva de lixo e com a paralisação da Ascas, essas 20 toneladas mensais de material reciclável estão indo para o lixão. O município paga o aluguel do prédio onde a associação funciona, mas desde que começou a crise, a cooperativa não teve apoio ou orientação das autoridades.

Para garantir o sustento dos associados, Zulméia começou uma campanha pela internet para receber doações de cestas básicas. “Estamos pedindo cesta básica até essa crise passar e voltar tudo ao normal. A gente vai voltar a trabalhar. Quem quiser fazer a doação pode ligar para mim e a gente combina um horário para a pessoa entregar a doação. O telefone é (32) 9 9837-5689”.

Foto: Arquivo Pessoal


Os catadores estão extremamente vulneráveis nesse momento, uma vez que trabalham como autônomos e não tem garantias sociais. A paralisação das atividades da Ascas expõe a falta de coordenação das esferas governamentais para aliviar o estado de penúria que essas categorias estão expostas. “Ficou ruim, está ficando cada vez pior. Não vejo a hora disso acabar. Às vezes acaba um gás em casa e não tem como comprar outro. É daqui que a gente tira nosso sustento, no ganho do dia-a-dia. Eu mesma já chorei muito. Eu gosto do que eu faço, gosto de trabalhar. Meus companheiros também estão muito tristes”, afirmou Zulméia.

A situação ganha a cada dia contornos mais dramáticos, à medida que outros membros das famílias dos catadores também vão perdendo empregos e renda. “Eu tenho duas filhas e seis netos. Minhas duas filhas trabalhavam numa mesma firma e as duas foram demitidas por causa dessa crise do coronavírus. Eles prometeram chamar de novo quando a crise acabar, mas até lá como vamos viver? Não sei o que vai ser da gente”, declarou a presidente.

* Foto da capa: Daniel Ubiratan – Reprodução: https://dobrasesobras.wordpress.com/

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