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A DOR DE UM FILHO QUE PERDEU O PAI PARA A COVID-19

Filomeno ao lado da esposa e do filho, Wesley. (Foto: Arquivo pessoal)

Wanderson Nascimento
Notícias Gerais

A devastação causada pela Covid-19 no Brasil, com mais de 450 mil mortos em pouco mais de um ano, deixa rastros de dor em centenas de milhares de famílias enlutadas pelo país. Uma dessas famílias é a do Geraldo Filomeno de Carvalho, de 57 anos, uma das vítimas fatais do coronavírus em São João del-Rei. Em entrevista ao Notícias Gerais, o filho de Filomeno, contou um pouco do drama de perder o pai para a doença.

Geraldo era motorista na empresa Viação Presidente, que presta o serviço de transporte coletivo urbano em São João del-Rei. Fanático por futebol, tinha paixão por dois times alvinegros, Atlético Mineiro e Botafogo.

“Meu pai era um cara apaixonado por futebol e uma pessoa muito alegre. No meio de convívio dele, todos o adoravam por ser um cara muito brincalhão. E com a família ele era mesma coisa”, declara Wesley Carvalho, o filho mais velho, que tem 32 anos e é casado. Além de Wesley, Filomeno tinha uma filha de oito anos de idade.

Atleticano e botafoguense, Filomeno era apaixonado por futebol. (Foto: Arquivo pessoal)

Wesley aponta que a família não sabe como o pai foi infectado pelo novo coronavírus: a irmã, a mãe e seus tios também contraíram a doença, provavelmente, nos mesmos dias.

“Ele, a princípio, achou que era um problema de coluna, pois estava com dores nas costas. Depois de uns três dias, ele começou a ter febre e foi internado na UPA (Unidade de Pronto-Atendimento) por um dia. Logo conseguimos uma vaga no Hospital de Nossa Senhora das Mercês, onde ele já chegou e foi intubado. Depois de mais ou menos oito dias, ele veio a falecer”, conta o filho do Filomeno.

Ele não tinha sido vacinado

Por ter menos de 60 anos, Geraldo ainda não havia sido vacinado contra a Covid-19. Além do pai, Wesley também perdeu dois tios-avós que morreram por causa de complicações da doença.

Ele aconselha ainda, a quem tem possibilidade e condições, para que fique em casa e proteja seus familiares – em especial os mais vulneráveis. “Infelizmente todos nós, da classe trabalhadora, corremos este risco, pois é uma doença invisível, e não podemos ficar em casa como certas classes”, conclui.

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