



Rodolfo Silva *
O Athletic Club está de volta à elite do Campeonato Mineiro após 50 anos. A equipe comandada pela prata da casa, Cícero Júnior, empatou com o Betim em 0x0 no último sábado (28) e conquistou o tão sonhado acesso para a primeira divisão estadual.
Se há uma palavra que possa definir o sucesso do clube, essa palavra é planejamento: sua ascensão meteórica está diretamente relacionada aos trabalhos dos bastidores que são muito bem executados por sua diretoria.
A equipe voltou a disputar competições profissionais em 2018 e conseguiu o acesso para o Módulo II no mesmo ano. Em 2019, lutou para não ser rebaixado no estadual, escapando na última rodada ao bater o Nacional de Muriaé por 4×3.
Se no último ano as coisas não foram fáceis, o ano de 2020 já começava diferente: o clube montou um elenco mais qualificado, com peças experientes e de qualidade, e vinha treinando junto desde o fim de 2019. Os resultados começaram a aparecer logo que o campeonato começou e antes da pausa forçada gerada pela pandemia de Covid-19, a equipe da terra dos sinos, então comandada pelo técnico Gustavo Brancão, apresentava ótimo futebol e ocupava a 3ª colocação da competição.
Com a paralisação da competição, muitas incertezas pairavam sobre o futuro do time: “como reagiria financeiramente? Seguraria os atletas e a comissão técnica?”
O clube são-joanense perdeu seu treinador: Brancão havia aceito convite para se tornar auxiliar técnico no Boa Esporte, de Varginha, equipe que estava na disputa da Série C do Brasileirão.
Para contornar a situação, a diretoria foi ao mercado e buscou, acertadamente um velho conhecido: Cícero Júnior, treinador são-joanense que já conhecia o elenco e comandou o esquadrão no acesso em 2018.
Quanto ao elenco, mesmo com a crise financeira gerada pela pandemia e o prejuízo de cerca R$ 200.000,00 (valores que envolvem bilheteria, bar, patrocínios e ações de publicidade) que deixaram de entrar nos cofres do clube, a diretoria do clube não somente conseguiu segurar seus atletas, bem como reforçou o time com novas peças.
Ao superar os imprevistos que surgiram ao longo do ano, como pandemia, crise financeira e perda de treinador, a diretoria do Athletic deixou o time preparado para lutar pelo acesso.
Com o elenco reforçado e com um técnico qualificado, a receita se mostrou mais que perfeita: era questão de tempo para o Athletic conquistar o acesso.
* Rodolfo é professor graduado em História e estudante de Jornalismo na UFSJ. Apaixonado por futebol e fundador do portal Alterna Fut.
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