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ARTIGO: NÃO DÁ PARA IR A BARES, SHOPPINGS, SALÕES E FINGIR QUE TUDO ESTÁ NORMAL QUANDO A COVID-19 BATE A NOSSA PORTA!

Maura de Nazareth *

Ontem recebi uma triste notícia.

Meu primo, querido primo, está lutando para vencer a Covid-19. Essa doença ainda mais devastadora, agora que as pessoas estão se arriscando mais, saindo de suas casas, indo a shoppings, bares, salões de beleza, comércio em geral, sob a ilusão de que de máscara e com a temperatura medida estão totalmente protegidos.

Não estão. São medidas que reduzem o risco, não o eliminam. Se querem sair, que saiam, mas cientes que a cada saída é um risco, a cada compra é outro risco e a cada respirar fora dos limites do lar, em tese seguros, é um enorme risco.

Há muitas formas de darmos nossa contribuição para a economia sem sair de casa. Deixemos as ruas para quem não tem como deixá-la, assim contribuímos também para a segurança desses heróis diários. Sejamos criativos. Usemos os meios que temos para contornar esse dilema economia versos vida.

Não vencemos esse vírus. Ainda é um mistério. Apesar dos incessantes esforços dos cientistas e médicos, ainda não temos sequer um protocolo unificado de tratamento paliativo que seja. Aqui em Brasília, por exemplo, cada hospital adota um protocolo aos pacientes que chegam sob suspeita ou já confirmados com a Covid-19.

Quase tudo é empírico, são tentativas e erros. Sabemos que o que é bom num caso pode não ser no outro e, assim, essa doença ainda é uma loteria para nós. As informações mudam a cada minuto. O que ora se acredita, em pouco tempo passa a ser obsoleto. Essa é a visão mais realista que se pode ter dessa doença devastadora.

“Quase tudo é empírico, são tentativas e erros. Sabemos que o que é bom num caso pode não ser no outro e, assim, essa doença ainda é uma loteria para nós”.

É certo que a economia precisa sobreviver, que a vida precisa parecer normal, mas temos de estar cientes que nada mais é normal ou voltará a ser tão cedo. Essa é a realidade. Melhor encarar logo esse fato do que ficar brincando de se sentir normal de novo. O custo disso pode ser muito alto.

Comprova isso o fato de que após cinco meses de isolamento social, nesse último mês parece que o vírus chegou mais perto, pelo menos é o que percebo. Não conhecia pessoalmente nenhuma pessoa que esteve em estado grave ou que perdeu a vida e muito poucos que tiveram a forma leve da doença e, nesse último mês o número de pessoas do meu convívio que estão nessa situação é assustador, além de ser imensamente triste e doloroso. Não olvidamos da dor alheia, somos solidários, mas sentimos com muito mais intensidade quando ela se aproxima de nós. Isso é fato.

Mas eu queria falar do meu querido primo.

Quantas lembranças felizes tenho dele. Menino, filho, rapaz, irmão, homem, esposo, pai maravilhoso. Quanta alegria e vontade de viver explodia do seu ser. Não tenho uma única lembrança dele que não fosse com o seu largo sorriso e sua contagiosa alegria de viver. Que Deus te proteja. Que toda essa sua garra seja muito contra esse mostro invisível que te derrubou, porque sei que essa sua força interior e Deus te levantarão e trarão você de volta pra nós.

  • É juizforana e mora em Brasília (DF).

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