Redação *
Notícias Gerais
Minas Gerais atingiu nesta sexta (29) a marca de 9.232 casos confirmados de infecção por Covid-19, dos quais 257 resultaram em mortes. Os números assustam, especialmente quando considerado o cenário de baixa testagem e a consequente subnotificação já verificada no Estado.
Em coletiva de imprensa realizada nesta quinta (28), o secretário de Saúde de Minas Gerais, Carlos Eduardo Amaral, informou que o pico da pandemia de Covid-19 no estado foi adiado para 19 de julho. Isso significa que o quadro ainda vai se agravar muito – e rapidamente.
Ele admitiu que é possível que o número de casos possa dobrar de um dia para o outro em um futuro próximo. Atualmente, para que isso ocorra, em Minas têm sido necessários de 12 a 14 dias.
“Quanto mais rápido houver a dobra de casos, mais estresse no sistema de saúde ocorrerá. Assim, de certa forma, estamos em um patamar mais equilibrado. Esse dado está diretamente ligado com a manutenção do distanciamento social e das recomendações. Caso haja uma mudança na postura da população, a situação pode mudar e retroceder”, explicou.
Distanciamento social como remédio
Carlos Eduardo Amaral destacou a evolução das curvas epidemiológicas acompanhadas pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) desde o início da pandemia.
“Em um primeiro momento, a previsão que tínhamos em relação à Minas Gerais era de um número muito elevado de acometidos pela doença, seguindo uma tendência nacional. Com o passar do tempo e com o isolamento social já em andamento, percebemos que esta quantidade foi diminuindo, demonstrando a eficiência do distanciamento”, afirmou.
Programa Minas consciente
Apesar disso, o Estado segue insistindo na eficácia do Programa Minas Consciente, que prevê a abertura gradual do comércio e da atividade econômica. Segundo o secretário adjunto de Desenvolvimento Econômico, Fernando Passalio, um mês após o lançamento do programa, 87 cidades mineiras já aderiram ao protocolo.
Isso significa 10,2% dos 853 municípios do Estado, enquadrados nas ondas verde, branca e amarela, que pressupõe serviços diferentes que possam voltar a funcionar.
“É importante destacar que não se trata de uma flexibilização, mas, sim, uma convivência harmônica com o isolamento, que deve ser mantido e aliado às demais medidas de prevenção”, avaliou Passalio.
A percepção não é compartilhada por todos. Barbacena, por exemplo, se tornou o município mineiro com maior taxa de incidência da Covid-19 por número de habitantes, após o escândalo envolvendo a velocidade de contaminação na Escola Preparatória de Cadetes do Ar (Epcar), que não adotou o isolamento social.
Mesmo assim, está enquadrada na chamada “onda branca”, que permite o funcionamento de atividades não essenciais, como lojas de armas e fogos de artifício, dentre outas. Tanto o Conselho Municipal e Saúde quanto a Secretaria de Saúde de Barbacena contestam a classificação.
Entenda o caso
Em coletiva de imprensa, na terça (26), o subsecretário em Vigilância e Saúde da Secretaria de Estado de Saúde (SES), Dario Ramalho, admitiu que pode ocorrer subnotificação em relação aos casos de COVID-19 em Minas.
Ele disse que a secretaria trabalha com a estimativa de um para cada 10 casos. Em outas palavras, os próprios órgãos públicos de saúde acreditam que o número de contaminados no Estado seja dez vezes maior do que o divulgado oficialmente.
*Com informações da Agência Minas