Guilherme Freire Azevedo *
Hoje, como há quase três meses, vivemos uma pandemia, no entanto, nos últimos dias, venho me lembrando da reação geral com as primeiras notícias do novo coronavírus, ainda quando os casos estavam limitados à China.
Honestamente, acredito que a maioria da população não imaginava, com clareza, o rumo que o vírus nos obrigaria a tomar, era algo novo sobre o qual muitos preferiam “pensar positivo”, ao invés de se conformar com tamanha gravidade.
Então, leitor/a, não o/a julgarei por ter levantado certo negacionismo no início, o problema é se você, após milhares de mortes, ainda continua achando que tudo isso é uma gripezinha e/ou uma conspiração da esquerda mundial contra o presidente da República.
Teorias infundadas à parte, a Covid-19 tomou rapidamente o mundo, pegou médicos, infectologistas e epidemiologistas de surpresa, não havia perspectiva de uma cura eficaz e muito menos de uma vacina. Assim, a única ferramenta antivírus que tínhamos (e ainda temos) era o isolamento social, a famosa quarentena.
Aulas foram suspensas, centros comerciais fechados, eventos esportivos adiados e, em países que não duvidaram da pandemia, o “lockdown” (medida de isolamento social em que apenas serviços essenciais funcionam e a circulação de pessoas é controlada) foi adotado.
O populismo governamental mentiroso vendeu, com o lema “economia é vida”, o genocídio da população pobre.
Aqui, no Brasil, os governantes, por mais absurdo que possa parecer, puseram a economia e a vida como aspectos de similar importância, estratégia que não funcionou, após meses a taxa de contágio ainda não foi achatada, e um Dólar está valendo cerca de cinco Reais.
Atualmente, o brasileiro vive um caos acompanhado de um duro dilema, o auxílio emergencial que, teoricamente, ajudaria famílias a se manterem durante a paralisação da economia, será reduzido.
E o comércio vem sendo reaberto em todo país. Aquele sem segurança financeira para ficar em casa terá, inevitavelmente, que ir à labuta e, ao mesmo tempo, conviver com a eminente chance de ser contaminado.
Caso nossos hospitais comportassem números altíssimos de infectados, a situação seria menos preocupante. Porém, a realidade é diferente, a “reabertura” da economia, defendida veementemente pelo ser que ocupa a cadeira presidencial, é um tiro no pé, pois nosso sistema de saúde não comporta a futura alta taxa de infectados com necessidades hospitalares.
O populismo governamental mentiroso vendeu, com o lema “economia é vida”, o genocídio da população pobre. Países que adotaram um sério isolamento social estão voltando e a economia começa a girar de forma segura.
Já nós, temos um tenebroso pós-pandemia à vista.
* É estudante de Comunicação – Jornalismo da UFSJ e produziu este texto sob a orientação do professor Paulo Caetano, numa ação do projeto Observatório da Saúde Coletiva – UFSJ.
Muito boa e necessária a discussão – e com ótimas críticas!
Parabéns Guilherme Freire Azevedo!!Adorei seu texto!!Muito bom!!