Redação
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Papa Francisco celebrou missa nessa sexta-feira (1) na Casa Santa Marta, Vaticano, em honra a São José Operário. Na ocasião, pediu trabalho e salário dignos para todas as pessoas. O apelo do Papa vem em um momento que os trabalhadores estão sofrendo com perda de postos de trabalho, redução de renda e aumento da precariedade das condições de trabalho – principalmente, por causa da pandemia de Covid-19.
O pontífice chamou a atenção para a situação dos trabalhadores informais e para os escravizados pelo trabalho cuja remuneração os mantêm abaixo da linha da pobreza. Segundo relatório da Organização Mundial do Trabalho (OIT), 1,6 bilhão de trabalhadores estão na informalidade – o que representa 61% da força de trabalho global. Além de mal remunerados, esses profissionais não têm proteção social e nem os direitos trabalhistas garantidos.
A situação é grave também entre os trabalhadores de carteira assinada. De acordo com a OIT, atualmente, 630 milhões de trabalhadores estão em condições de pobreza extrema ou moderada no mundo. Por isso, o apelo de Francisco por trabalho digno, com salários dignos que são, segundo o pontífice, a verdadeira vocação cristã.
Aqui no Brasil
As palavras ditas no Vaticano retratam de forma contundente a realidade vivida por milhares de brasileiros submetidos a leis do mercado e cada vez mais desamparados pelo Estado – seja pela precarização das condições de trabalho, seja pela restrição dos direitos trabalhistas.
Só nesses meses iniciais de 2020, mais de dois milhões de brasileiros perderam seus postos de trabalho. No entanto, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), esse número tem muito mais relação com a crise econômica que já estava instalada no país do que com a pandemia. Conforme consta em relatório do IBGE, os efeitos do distanciamento social serão sentidos nos próximos meses.
Entre os trabalhadores que perderam seus postos de trabalho no Brasil, 832 mil eram assalariados sem carteira assinada, 747 mil que trabalhavam por conta própria e sem CNPJ e 385 mil trabalhadores domésticos. Mais de 1,9 milhão em um universo de 2,3 milhões.
Foi principalmente em nome dessa classe desfavorecida que Papa Francisco pronunciou seu sermão durante a missa celebrada no dia do trabalhador.
Fonte: ANSA