Assessoria de Comunicação da UFSJ
Acompanhando a tendência nacional dos preços após o início da pandemia da Covid-19, a cesta básica em São João del-Rei, no mês passado, apresentou tendência de estabilidade.
Em março e abril, a elevação dos preços foi muito significativa; em maio, porém, seu valor diminuiu em média 0,3%, significando, em termos econômicos, àquela tendência anunciada.
Os “piores vilões” dos consumidores são-joanenses foram o feijão, que em abril registrou alta de 47%, e a batata, que em maio ficou 40% mais cara. Em 2020, a cesta básica já acumula, na “cidade onde os sinos falam”, alta de 10%.
Os dados são do Núcleo de Ensino, Pesquisa e Extensão em Economia (Nepe), do Departamento de Ciências Econômicas da UFSJ (Dceco), que realiza mensalmente pesquisa do valor da cesta básica nos supermercados da cidade.
Para o coordenador do Nepe, professor Douglas Ferreira, a alta de 10% penaliza as famílias de baixa renda. “São produtos básicos para a alimentação. Com o aumento do desemprego e outras condições adversas no cenário da pandemia, cesta básica mais alta significa peso maior nas despesas”, explica.
De acordo com projeções do Nepe, a renda para uma família com quatro membros (casal e dois filhos) deveria ser de R$ 3,6 mil, levando-se em consideração o que determina a legislação que instituiu o salário mínimo.
Pesquisas
Investigando sistematicamente a economia local e regional, à luz do que acontece no Brasil, o Nepe realiza estudos, levanta e analisa outros indicadores da economia são-joanense.
O Núcleo, além do coordenador, conta com a participação do vice-coordenador, professor Gustavo Moreira, e mais quatro bolsistas: Franciele Almedida, Kaíque Ferreira, Vinícius Ozaki e Angelo Durigon.
Atualmente, as principais pesquisas do Nepe investigam o custo mensal da cesta básica, o mercado de trabalho, o comércio exterior das empresas locais. “Temos trabalhos cujos resultados e análises são divulgados mensalmente, como a cesta básica, e outros trimestrais.
Os bolsistas, além do operacional das pesquisas, como as coletas de dados nas fontes e supermercados, também participam das análises . Tudo é feito coletivamente. Eu e o professor Gustavo estamos na coordenação do Nepe desde o ano passado.”
Douglas Ferreira reconhece que a pandemia tem trazido prejuízos para o trabalho do grupo, como a coleta de preços nas prateleiras dos supermercados, que tem sido feita por ele e pelo vice-coordenador, e a dificuldade de acesso às fontes durante o isolamento. Quando for possível, o Nepe pretende pesquisar o nível de satisfação dos consumidores no comércio de São João del-Rei.
Divulgação
No mês passado, o Núcleo implantou seu novo site para divulgação de seus trabalhos de pesquisa e de artigos analíticos sobre a economia local e regional. “Criamos um site mais moderno e acessível, com linguagem mais simples, e uma nova metodologia de divulgação”, informa Douglas.
Os resultados estão sendo satisfatórios: aumentou o número de acessos, inclusive de outras cidades e estados, e o retorno da imprensa local, que tem repercutido os dados e análises.
Vale a pena ressaltar que o Nepe é também responsável pela “guarda” de dados da economia local feitas pelo Departamento de Ciências Econômicas desde 1988.
“Temos dados desde essa época. Além de mantê-los, precisamos resgatar o boletim Indicadores Conjunturais, editado pelo Dceco desde 1998, interrompido há cinco anos, que traz dados preciosos da evolução da economia local”, informa o coordenador.
Geograficamente, o município de São João del-Rei é uma cidade-pólo e as análises de desempenho são em geral em nível macroeconômico. Nisso está a importância do Nepe, que atua em nível mais regional, com mais especificidade.
“A economia são-joanense tende a seguir o contexto econômico de grandes cidades, como Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo, mas ela tem sua especificidade, seus fatores vocacionais, que precisam ser analisados aqui. Unimos conhecimento nacional e investigamos tendências na região, mas o foco do Núcleo sempre serão dados de São João del-Rei”, conclui.