FUNCIONÁRIOS DO ROTATIVO EM SJDR DENUNCIAM AMEAÇAS E ATRASO DOS SALÁRIOS

Kamila Amaral
Notícias Gerais

Tema recorrente nas polêmicas de São João del-Rei, o estacionamento rotativo da Zona Azul funciona nas principais ruas do centro histórico desde maio de 2017. E agora, em meio à crise da pandemia do Covid-19, é centro de nova denúncia, que envolve ameaças aos funcionários que operam o serviço, além de atrasos no pagamento.  

Quem administra o estacionamento rotativo em São João del-Rei é a empresa Central Serviços que, segundo seus funcionários, atrasou o pagamento do mês de março e não o fez em sua totalidade. 

Um funcionário da empresa, que prefere não ser identificado, explica que as atividades da empresa na cidade foram suspensas no dia 23 de março. “O mês vira dia 24, só que a gente trabalhou do dia 24 de fevereiro ao dia 23 de março. O pagamento do mês de março caiu por volta do dia 20 de abril”, conta João, nome fictício. 

Segundo ele, o pagamento dos salários deveria ter sido realizado no dia 10. Além disso, os funcionários receberam somente o valor referente a 23 dias de trabalho e não o mês inteiro. A justificativa de atraso no pagamento apresentada pela empresa Central Park aos funcionários foi a de que “não teve renda”.

Outro funcionário da empresa, que também preferiu não ser identificado, afirma não considerar válida a justificativa da empresa. “Trabalhamos o mês de março todo e só aqui em São João del-Rei a arrecadação deles é grande. A empresa ainda está presente nos maiores centros urbanos do país”, disse José, nome fictício. 

Ameaças

Os funcionários alegam também terem sido ameaçados com demissão por justa causa, caso acionassem a justiça para tentar receber o pagamento. “Eles estavam ameaçando mandar embora quem corresse atrás do pagamento, quem fosse ao Ministério do Trabalho e não estivesse satisfeito com a empresa”, declara José.

A indignação dos funcionários com a empresa aumenta devido ao risco que eles correram, estando expostos, nas ruas, ao novo coronavírus. “A gente trabalhou o mês de março todo, com perigo de pegar essa doença, saindo e eles não deram nada. Um dia só que eles deram luvas para a gente, não deram álcool e nem máscara”, conta José.

Outras irregularidades

As ameaças aos funcionários tiveram início ainda antes da paralisação das atividades devido a pandemia do novo coronavírus. “Enquanto a gente estava trabalhando vinha dono da empresa lá de São Paulo e ameaçava a gente de ser mandado embora por justa causa se a gente não batesse as metas da empresa”, alega José.  Segundo o funcionário, eles não recebem por metas cumpridas. 

Existe ainda desconfiança dos funcionários nas questões que envolvem o pagamento dos encargos sociais. “Eu perguntei para o administrativo da empresa se ele pagava o nosso INSS e o nosso FGTS. Eles falaram que era normal da empresa não pagar esses encargos”, conta o funcionário. E acrescenta: “Mas a empresa desconta todo mês do nosso salário”. 

Central Serviços

A equipe de reportagem do Notícias Gerais tentou, desde segunda (20), entrar em contato com a empresa para ouvir seu posicionamento. No entanto, o escritório local está fechado, o e-mail encaminhado não foi respondido. 

Nossa equipe ainda tentou contato por telefone com uma funcionária do administrativo da empresa em São João del-Rei e com o escritório da Central Serviços em Itapira – SP, mas não obteve nenhum retorno até o fechamento da matéria.